A presidenta Dilma Rousseff enfatizou, nessa quinta-feira (5), que não cometeu nenhum crime de responsabilidade e que, portanto, o pedido de impeachment que tramita no Senado Federal não tem base jurídica. As afirmações foram feitas em entrevista exclusiva concedida à emissora latinoamericana TeleSUR.
“Não estão me acusando de um crime de corrupção porque eu não o cometi. Não tenho contas bancárias no estrangeiro, não tenho processos por tirar vantagens de qualquer forma do governo. Se trata de uma discussão sobre contas públicas e esse tipo de questão administrativa, sem crime de responsabilidade, não é base para tirar uma presidente da República eleita. Este impeachment é um golpe de estado”, disse.
A presidenta disse acreditar que o golpe não é apenas contra o seu mandato, mas “contra a democracia e todo o processo democrática da América Latina, que fomenta o crescimento dos setores mais pobres e as políticas sociais”, disse. “Estamos enfrentando um momento de crise no capitalismo que afetou os países emergentes. Houve uma desaceleração econômica. É nesses momentos que surgem os golpes, quando os países estão mais frágeis”, alertou.
Ela afirmou ainda que o suposto programa de governo do vice-presidente Michel Temer, amplamente repercutido na imprensa, faz parte de uma política derrotada nas urnas nas últimas eleições presidenciais em 2014. Segunda a presidenta, o impedimento de seu mandato seria uma forma da oposição chegar ao poder “através de vias que não as eleitorais”.
A presidenta reafirmou, por fim, que não acredita no impedimento do seu cargo, mas, sim, na força dos movimentos sociais para lutar pela democracia.
“Acho que o golpe não irá se consumar e lutamos para isso. Vamos lutar dentro das regras democráticas. Com as lutas, saímos sempre com algumas conquistas. A América Latina tem experiência suficiente para saber para onde não podemos seguir”.
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