Na ONU, Dilma agradece solidariedade de chefes de Estado contrários ao golpe no Brasil

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A presidenta Dilma Rousseff encerrou seu discurso na Organização das Nações Unidas (ONU), na manhã desta sexta-feira (22), em Nova Iorque, na solenidade de assinatura do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas, agradecendo a solidariedade que tem recebido dos mais diversos chefes de nações, contra o golpe que a oposição pretende aplicar contra ela por meio de um processo de impeachment sem crime. “Não posso terminar (seu discurso) sem mencionar o grave momento que o meu País vive. O Brasil é um grande País, e a sociedade soube vencer o autoritarismo. Seu povo trabalhador tem apreço pela liberdade e nosso povo saberá impedir qualquer retrocesso. Sou grata a todos os líderes que já expressaram sua solidariedade”, afirmou.

Dilma destacou a honra e a emoção de participar, no Dia da Terra, da assinatura do Acordo de Paris, cuja conclusão exitosa em dezembro de 2015 representou um marco histórico na construção do “mundo que queremos, um mundo sustentável para todos”. A presidenta fez um alerta que é necessário aumentar o financiamento do fundo destinado à promoção da redução do efeito estufa, para valores superiores a US$ 100 bilhões.

“Hoje, ao lado de chefes de Estado, assumo o compromisso de assegurar a pronta entrada em vigor do acordo no Brasil e saúdo a todos o caminho que queremos percorrer, agora mais desafiador, por transformar metas ambiciosas em resultados. Isso irá exigir ação convergente de todos os países e da sociedade, rumo a uma economia menos dependente de combustíveis fósseis e comprometidas com práticas sustentáveis”, enfatizou.

A presidenta Dilma afirmou que o Brasil é um dos países em desenvolvimento que tem feito a lição de casa nas ações preventivas e apresentou reduções de emissões consideráveis. A mobilização para dispor de meios adequados para mitigar os efeitos das mudanças climáticas implica, ao mesmo tempo, incentivar o desenvolvimento sustentável. Do lado do setor privado, é necessário um esforço robusto para a redução das emissões.

“Quero assegurar que assinar o Acordo é a parte mais fácil, mas meu País tem determinado ações de mitigação e erradicação. Anunciei a contribuição de redução de 37% da emissão dos gases até 2025.

Temos a ambição de alcançar 43% até 2030, tomando 2005 como ano base. Alcançaremos o desmatamento zero e supressão de áreas de risco. Vamos reflorestar 2 milhões de hectares em florestas, recuperar 15 milhões de pastagens degradadas e promoveremos a integração de 5 milhões hectares na relação lavoura, pecuária e floresta”, anunciou. Todas as fontes renováveis de energia, segundo Dilma, terão participação de 45% de toda a matriz energética brasileira até 2030.

Dilma elogiou o trabalho desenvolvido pela ministra do Meio Ambiente, Isabela Teixeira e toda a equipe que participou das negociações do Acordo de Paris, tendo o presidente da França, François Hollande, como um dos principais articuladores.

A presidenta também alertou que todo o esforço para mitigar os efeitos das mudanças climáticas não deve recair sobre as populações vulneráveis e essa preocupação deve ser compartilhada por todos os chefes de Estado. “Conservar e proteger, eis a síntese alcançada na Conferência Rio+20, realizada no Brasil em 2012. Sem a redução da pobreza e da desigualdade, não será possível vencer o combate à mudança do clima”, disse.

O acordo entrará em vigor em 2020. Foi aprovado em dezembro de 2015 durante a plenária da 21ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21), em Paris, e contou com decisiva participação brasileira. Um dos principais objetivos é buscar caminhos que limitem o aumento da temperatura global neste século até em 2 graus Celsius. É a primeira vez na história que um acordo global sobre o clima é aprovado. Quem dirigiu os trabalhos foi o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

PT no Senado

Foto: Ichiro Guerra

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