Na Arábia Saudita, Alckmin assina acordos estratégicos à economia do Brasil

Um dos destaques da agenda de Alckmin foi a assinatura do Acordo de Cooperação em Defesa com o ministro saudita, Khalid bin Salman Foto: Divulgação

Em missão oficial ao Oriente Médio, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB-SP), visitou a Arábia Saudita para assinar uma série de tratados em prol dos interesses nacionais e da economia brasileira. Os sauditas são os maiores parceiros comerciais do Brasil na região, com fluxo bilateral chegando a quase U$ 7 bilhões.

Alckmin viajou acompanhado da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB-MS), do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD-MT), e do presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações (ApexBrasil), Jorge Viana (PT). Em Riad, capital do país árabe, eles foram recebidos, nesta segunda-feira (3), pelo ministro de Investimento e vice-presidente saudita, Khalid bin Salman. Os acordos vão beneficiar a mineração, a indústria, a agropecuária e a defesa do Brasil.

 

Acordos bilaterais

Alckmin e Khalid assinaram o Acordo de Cooperação em Defesa, documento que prevê o adensamento das relações estratégicas entre os dois países, especialmente em setores sensíveis, como indústria, logística e tecnologia.

O vice-presidente brasileiro propôs ainda a celebração do Acordo de Facilitação de Comércio e Investimentos (ACFI). O Brasil pretende oferecer aos sauditas os aparelhos produzidos pela Embraer, incluindo o moderno cargueiro KC-390, de uso militar.

Já a ApexBrasil firmou memorando de entendimento com a maior rede de hipermercados do Oriente Médio e uma das maiores cadeias de varejo da Ásia, a Lulu Hypermarket – conglomerado internacional com sede em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, e fundada em 1995, na Índia. A iniciativa visa favorecer alimentos e bebidas nacionais no mercado saudita.

Investimentos externos

Desde que Lula assumiu a Presidência, o governo federal agiu para atrair investimentos estrangeiros. A queda do desemprego e da inflação, o aumento da renda, a aprovação da reforma tributária, a implementação do programa Nova Indústria Brasil (NIB) e o combate ao desmatamento recolocaram o país entre os alvos prediletos dos investidores.

A economia da Arábia Saudita, por sua vez, está fortemente ancorada na produção do petróleo e o país árabe pretende investir no Brasil em busca de neutralizar as emissões de carbono. Nesse sentido, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Public Investment Fund (PIF) se aproximaram para deliberar o financiamento de projetos e a colaboração bilateral.

Ao jornal Valor Econômico, Alckmin elogiou o sucesso das medidas adotadas pelo governo federal para conquistar aportes externos. “Eles estão acompanhando o Brasil”, afirmou, sobre os empresários sauditas, dispostos a investir na produção de alimentos e de minérios e na transição ecológica.

“Uma orientação do fundo soberano saudita é diversificar investimentos para além do petróleo”, revelou Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. “O que o Brasil tem a oferecer está em linha com essa missão e realmente há uma oportunidade interessante para que façamos parcerias.”

A reunião entre Alckmin e Khalid ocorreu na presença de investidores brasileiros e sauditas. Com o Ministério de Investimento da Arábia Saudita (Misa), as gestoras Pátria Investimentos e EB Capital também assinaram memorandos de entendimento. As negociações prosseguem na próxima semana, quando representantes de fundos sauditas viajam ao Rio de Janeiro.

Comércio bilateral

Recentes estudos divulgados pela ApexBrasil revelaram mais de 300 oportunidades comerciais a produtos brasileiros na Arábia Saudita, com destaque para os ramos de transporte, artigos manufaturados, combustíveis, alimentos para cães e gatos, entre outros.

Na pauta de exportação aos sauditas, destacam-se as carnes de aves, açúcares, melaços e milho não moído. Por sua vez, o Brasil importa, principalmente, petróleo e fertilizantes. O comércio bilateral foi ligeiramente desfavorável em 2023, com déficit na balança comercial brasileira em torno de U$ 300 milhões.

PTNacional, com ApexBrasil, MDIC, Valor Econômico

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