Mundo deve aproveitar momento de tensão e construir algo novo

lula_jordaniaEm discurso para empresários e autoridades do Brasil e da Jordânia nessa quinta-feira (18), em Amã, o presidente Lula propôs que os dois países aproveitem “esse momento de tensão econômica que o mundo vive” para fazer aquilo que classificou como sendo “algo novo”. Deste modo, na avaliação do presidente brasileiro, vamos “descobrir o que cada um de nós pode oferecer para o outro na construção de um mundo solidário e mais fraterno”.
Lula lembrou que o Brasil terá eleições em outubro e, mesmo com a mudança do comando na Presidência da República, quatro condições fundamentais para que o país continue crescendo serão mantidas: estabilidade econômica, controle da inflação, financiamento público e distribuição de renda. Ao término, o presidente enfatizou a importância de mais encontros entre empresários brasileiros e jordanianos para consolidar as parcerias comerciais.

Com o encerramento do seminário empresarial Brasil-Jordânia, o presidente Lula concluiu a primeira viagem de um chefe de Estado brasileiro ao Oriente Médio. Do último domingo, quando desembarcou em Israel, passou pela Palestina e chegou à Jordânia, Lula manteve conversas políticas e econômicas com empresários e autoridades das nações visitadas.

Ao deixar o local da reunião com empresários, o presidente brasileiro conversou com jornalistas que o acompanham na viagem ao Oriente Médio.

Na Jordânia, o presidente destacou também a importância daquele país no papel de consolidação da paz na região. Segundo ele, a Jordânia é um país de paz e que procura cada vez mais crescer e se desenvolver. Lula disse que os governantes dos dois países estão fazendo “a nossa parte”, ou seja, de induzir e fomentar os investimentos, mas explicou que é necessário aos empresários que, com o ímpeto de descobridores, façam o restante.

“Essa crise econômica foi para nós a mesma coisa que foi a queda do muro de Berlim. A queda do muro de Berlim obrigou todo mundo a repensar a política. A crise da economia obrigou repensar a não ficarmos na mesmice”, disse.

Lula lembrou a ingerência do FMI nos países mais pobres, inclusive dando palpites, mas desconhecia o que se passava nas economias das grandes potencias mundiais. “Essa crise fez uma coisa maior: valorizar o papel do Estado. Não o Estado gerencial, estadista, empresarial, mas o Estado indutor e fiscalizador. Porque se o Estado tivesse cumprindo a sua função o Lehman Brother não teria chegado à situação que chegou e os bancos americanos não teriam vendido ilusão para o mundo inteiro sem produzir um único emprego ou produto”, afirmou.

A diversificação econômica foi papel crucial para que o Brasil estivesse mais preparado para a crise financeira mundial. Segundo Lula, em 2003, quando assumiu a Presidência da República, buscou direcionar a parceria comercial para outras regiões do planeta. Em vez de ficar estreitando os laços com a Europa e os Estados Unidos, o governo brasileiro apostou nos países árabes e africanos, sem contar com as parcerias na América do Sul.

O presidente pregou o otimismo ao dizer que as empresas brasileiras estão capacitadas para atuar em diferentes segmentos jordanianos, assim como o Brasil se abre para receber indústrias da Jordânia. Lula citou também números da economia como o crescimento do crédito para a população e a participação das classes mais pobres no mercado de consumo.

“O que fez o nosso país crescer foi a distribuição de renda. Levamos 30 milhões brasileiros para classe média. É extraordinário quando analisamos as pesquisas hoje e vemos que a parte mais pobre está consumindo mais alimento e material de limpeza., porque as pessoas tiveram contato com dinheiro e começaram comprar o essencial para a sobrevivência”, enfatizou.

Blog do Planalto

 

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