Neste 15 de agosto de 2018, a esperança tem nome e sobrenome: Lula candidato. O registro de sua candidatura foi protocolado no fim da tarde sob o testemunho histórico de milhares de brasileiros e brasileiras – entre eles, trabalhadores do campo e da cidade, estudantes, parlamentares, servidores públicos, artistas, intelectuais, personalidades internacionais e juristas. Era pouco mais das 17h30 quando o grupo que protocolou a documentação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) voltou para junto da multidão e confirmou o registro da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva.
Coube à presidenta do Partido dos Trabalhadores, senadora Gleisi Hoffmann (PR), dizer oficialmente o que todos queriam ouvir: “Lula está registrado, é candidato a presidente do Brasil”. Comemoração geral da multidão que horas antes havia marchado pelas ruas de Brasília, unindo-se ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), à Via Campesina e a outros movimentos sociais, que durante cinco dias caminharam rumo à capital federal na Marcha Nacional Lula Livre.
“Emoção é a palavra que resume tudo isso. É um dia de vitória, porque muita gente não acreditava que chegaríamos até aqui. Muita gente torceu e trabalhou para que não chegássemos aqui. O presidente Lula foi vítima o tempo inteiro de uma perseguição, foi alvo de um setor da Justiça que não é isento. Apesar disso, conseguimos vencer com a força do povo. E o que a gente pode dizer agora é que vencemos essa primeira etapa. Lula é candidato!”, sentenciou Gleisi.
O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Lula Pimenta (RS), disse que o dia 15 de agosto pontuou mais uma etapa da luta contra o golpe, com a afirmação da candidatura Lula, contrariando aquilo que os adversários acreditavam. “Eles diziam que o PT estava morto. Que Lula era um cadáver político. Que a esquerda havia sido enterrada. Pois nós estamos aqui, e essa imagem [da multidão] desmente essas e todas as outras mentiras da direita golpista! Estamos no TSE e podemos dizer com todas as letras: Lula é candidato”, garantiu Pimenta.
O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, candidato a vice-presidente, comemorou o registro da candidatura e reforçou que tudo o que acontece com Lula hoje é uma armação que tem por objetivo retirar o ex-presidente da corrida presidencial. “É um processo espúrio, é um processo em que não foi comprovado crime, em que não foi apresentada uma única prova contra Lula”, disse. Haddad lembrou ainda que, após o golpe contra Dilma Rousseff, os golpistas tinham um problema sério a resolver: “Como ganhar em 2018 com Lula solto e sem candidato competitivo?”. A solução foi prender Lula.
Fernando Haddad foi quem transmitiu à multidão uma mensagem de Lula, ao ler carta em que o ex-presidente relata os motivos pelos quais é candidato pelo Partido dos Trabalhadores e detalha toda a perseguição da qual é vítima. “Como defender a legitimidade de um processo em que conspiram contra a minha liberdade desde o juiz de primeira instância até a Procuradora-Geral da República? Sou vítima de uma caçada judicial que já está registrada na história”, escreveu Lula.
Novamente, cobrou que o juiz Sérgio Moro apresentasse uma prova contra ele, já que fatos indeterminados não são prova. Como isso não ocorreu, reforçou que é candidato, sim! “Repito: com meu nome aprovado na convenção [do PT], a Lei Eleitoral garante que só não serei candidato se eu morrer, renunciar ou for arrancado pela Justiça Eleitoral. Não pretendo morrer, não cogito renunciar e vou brigar pelo meu registro até o final. Não quero favor, quero Justiça. Não troco minha dignidade por minha liberdade”, reafirmou o ex-presidente.
A deputada estadual pelo PCdoB Manuela D’Ávila, que juntamente com Haddad segue ao lado de Lula nessa caminhada, reforçou para a multidão que o registro foi um primeiro passo. “Amanhã é o dia de o Brasil ser feliz de novo. Mulheres e homens desse País sabem que Lula foi o melhor presidente da história do Brasil e que pode devolver o Brasil ao povo brasileiro. Nós somos a voz de Lula, cada um e cada uma são as pernas, são os braços de Lula. São a voz dele defendendo que o povo pode ser feliz de novo”, registrou.
A presidenta legitimamente eleita, Dilma Rousseff, também participou do registro e deu o seu recado de esperança aos brasileiros e brasileiras. “Hoje ganhamos com a nossa força, com a nossa convicção, com a certeza de que Lula é inocente. Nós chegamos aqui! A presidenta do partido, Gleisi Hoffmann, tem em mão o documento que prova que registramos Lula candidato à Presidência do Brasil e Haddad, vice-presidente. E Manuela D’Ávila também faz parte desse grupo vencedor”, explicou.
Em seguida, provou por que o plano golpista naufragou. “Eles podem ter dado um golpe, começando por um impeachment sem crime de responsabilidade. São golpistas que não reconheceram o resultado de 54 milhões de votos que vocês me deram. Fizeram o impeachment, mas estão derrotados porque não têm um nome que possa enfrentar o candidato do Partido dos Trabalhadores: Luiz Inácio Lula da Silva”, desafiou Dilma.
PT na Câmara