A III Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (III Conapir), que ocorreu em Brasília durante esta semana, não foi apenas palco de encontro da militância negra ou de negociação de políticas públicas para a igualdade racial. Mulheres negras, ativistas individuais e integrantes de organizações de mulheres negras de todo o País se reuniram para debater estratégias para a Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo, Violência e pelo Bem Viver.
O ato, que acontecerá em 2015, em Brasília, já foi lançado no Maranhão, Salvador e Rio de Janeiro. “Fazer o lançamento em Brasília é a oportunidade de tornar a Marcha uma realidade para muitas outras”, lembrou Valdeci Nascimento integrante da organização Odara da Bahia.
Segundo a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), a Marcha vai dar visibilidade e reforçar as questões de gênero dentro do movimento negro. “Essa Marcha é muito importante porque dentro do movimento negro as questões relativas às mulheres negras muitas vezes não alcançam as nossas especificidades, ou ficam diluídas em meio às demais discussões”, destacou.
Benedita disse ainda que por conta da data do evento (que ocorrerá em 2015), haverá tempo para que o governo e o parlamento “adotem políticas específicas para promover a igualdade no que diz respeito às mulheres negras”. “É importante frisar que a presidenta Dilma está atenta a essa questão. Inclusive, quando anunciou a proposta das cotas de 20% no serviço público para os negros, foi uma questão que também atende às mulheres negras”, lembrou.
Para a coordenação da Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB) a Marcha também é uma estratégia para “juntar as mulheres negras em uma ação de impacto para estimular a auto-organização nos estados”.
Objetivos– A Marcha está sendo pensada como um processo plural de formação, mobilização e articulação das mulheres negras, incluindo aquelas que não estão organizadas nos estados e municípios. O auge será em 2015, quando as mulheres negras brasileiras marcharão sob o céu de Brasília e apresentarão propostas para o bem viver coletivo.
Héber Carvalho com Portal Geledés – Instituto da Mulher Negra
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