Em protestos que anteciparam o “8 de março”, milhares de mulheres saíram ontem às ruas do Brasil para protestar contra a retirada de direitos promovida pelo governo golpista de Michel Temer. Antes mesmo da data comemorativa do Dia Internacional da Mulher, trabalhadoras rurais sinalizaram que estão prontas para fazer desta quarta-feira (8) um marco da resistência contra o golpe. Esse potencial mobilizador foi demonstrado ontem por cerca de 1,5 mil mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que impediram o funcionamento do complexo industrial da empresa Vale Fertilizantes, em Cubatão (SP).
O objetivo foi denunciar a dívida da mineradora com a Previdência, que, segundo a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), é uma das maiores entre os credores do sistema previdenciário, de R$ 276 milhões. No total, os devedores da Previdência Social acumulam uma dívida quase três vezes maior que o atual déficit anunciado para o sistema. Entre os maiores devedores estão empresas públicas, privadas, fundações, governos de estados e prefeituras, que deixaram de repassar ao Regime Geral da Previdência Social mais de R$ 426 bilhões.
Também na manhã de ontem, representantes da Via Campesina, da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do Levante Popular da Juventude protestaram no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, contra a reforma da Previdência (PEC 287). O grupo formado majoritariamente por mulheres abordou parlamentares que embarcavam para Brasília, mostrando o posicionamento contrário às mudanças propostas pelo governo golpista de Michel Temer.
Com faixas, cartazes e panfletos, as mulheres denunciaram os impactos da aprovação da PEC sobre os direitos já conquistados pelos trabalhadores do campo e da cidade ao longo dos últimos anos.
Também em protesto antecipado, milhares de trabalhadoras e trabalhadores rurais – ligados à Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) – saíram às ruas em vários pontos do Brasil para deixar claro que repudiam qualquer tentativa de retirada de direitos. Mulheres camponesas chamaram a atenção para o fato de que a reforma – embora prejudique todos os brasileiros – atingirá de forma mais perversa quem vive no campo, na floresta e nas águas. E, entre esses grupos, as mulheres ainda serão as mais prejudicadas.
PT na Câmara
Foto: MST