O risco de grafite gravado em uma faixa vermelha com os dizeres: “Péssimo, Cármen! Papelão”! teve destaque no alambrado do Supremo Tribunal Federal, nesta segunda-feira (12). Foi mais uma das ações do grupo intitulado “Mulheres Com Lula pela Democracia” que não arreda o pé todas as segundas-feiras da frente do STF, em protesto à perseguição judicial implacável pelo qual passa o ex-presidente Lula.
A indignação estampada nas faixas foi para a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, que recebeu em seu apartamento o presidente ilegítimo Michel Temer. O golpista faz parte de inquérito em que está sendo investigado repasses feitos ao PMDB pela empresa Odebrecht, em 2014.
A presidente do STF foi criticada duramente pelos manifestantes não só pelo encontro fortuito com o presidente Temer – fora da agenda oficial – mas por ela não priorizar o caso do ex-presidente Lula. “Esse encontro revela para o Brasil que o Romero Jucá [senador do MDB] estava correto quando cantou a pedra: ‘Acordo com o Supremo, com tudo’ e, agora, com Cármen Lúcia, com tudo. É um escárnio. A ministra deu um tapa na cara do povo brasileiro”, criticou a jornalista Zezé Weiss idealizadora do grupo Mulheres Com Lula.
A ativista disse que o STF não pode sentar em cima do processo do ex-presidente Lula. Para ela, a Suprema Corte precisa ter responsabilidade com a estabilidade política do País. “É em nome dessa responsabilidade que estamos toda segunda-feira em frente ao STF. A ela cabe a decisão sobre processos judiciais que hoje colocam em risco o destino da democracia em nosso País, e também o direito legítimo e democrático de Lula ser candidato”, observou.
Benildes Rodrigues
Foto: Benildes Rodrigues