Brasília dá pontapé inicial na luta contra reformas que pretendem retirar direitos

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Milhares de manifestantes tomaram a Esplanada dos Ministérios nesta quarta-feira (15) para exigir do governo ilegítimo de Temer a retirada da proposta de reforma da Previdência (PEC 287) enviada ao Congresso Nacional. Durante o trajeto da marcha- da Catedral de Brasília até o prédio do ministério da Fazenda – a multidão, formada essencialmente por trabalhadores rurais, professores, servidores públicos e estudantes gritavam palavras de ordem como “nenhum direito a menos” e “fora Temer”. A manifestação se reproduziu em centenas de cidades do Brasil.

Antes mesmo da chegada dos manifestantes, o prédio do ministério da Fazenda já estava ocupado por integrantes da Via Campesina. Todos os atos fazem parte do Dia Nacional de Luta contra a Reforma da Previdência e da greve geral convocada pela Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo e Fórum das Centrais Sindicais contra a perda de direitos.

Do alto do carro de som o líder da bancada do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP), parabenizou os presentes ao ato e elogiou a escolha do ministério da Fazenda como local dos protestos. Ele disse que o objetivo do atual governo é “não apenas acabar com as conquistas dos últimos 13 anos, mas todas as outras obtidas pelo povo brasileiro”.

“Parabéns a esse movimento por realizar a manifestação aqui no ministério da Fazenda. O Henrique Meirelles (ministro da pasta) é o cérebro desse governo. Ele é um dos responsáveis pela ideia da retirada de direitos, e da venda da Petrobras e das nossas terras férteis a investidores internacionais. Não podemos admitir a retirada de direitos e a venda do patrimônio brasileiro”, ressaltou.

Também presentes ao ato, os deputados petistas Paulo Pimenta (RS) e Givaldo Vieira (ES) destacaram a importância da mobilização popular nas ruas para derrotar as propostas regressivas defendidas pelo governo ilegítimo de Temer.

“Hoje é o início da retomada das ruas pelos movimentos sociais, que demonstra a indignação do trabalhador com essas reformas da Previdência e Trabalhista. Não há outro caminho para derrotar o golpe”, disse Pimenta.

“Começa hoje um ano inteiro de luta para impedir o retrocesso no país. Sem o povo na rua não há chance de barrar esse governo retrógrado, que tenta retirar dos pobres para dar aos ricos, especialmente os do mercado financeiro”, afirmou Givaldo Vieira.

Categorias- Grande parte dos manifestantes era formado por trabalhadores e trabalhadoras rurais que participam do 12º Congresso da CONTAG (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), em Brasília. Os principais retrocessos lembrados por eles na reforma foram a fixação da idade mínima para aposentadoria em 65 anos para homens e mulheres, a obrigatoriedade de 49 anos de contribuição para a aposentadoria integral e a substituição da contribuição ao INSS sobre percentual da produção para o recolhimento mensal sobre a renda.

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“O governo Temer tem que retirar essa proposta do Congresso Nacional, porque os trabalhadores e as trabalhadoras rurais não vão aguentar essa reforma. Não tenho dúvida de que, se for aprovada, a reforma vai produzir miséria no campo. Os trabalhadores rurais simplesmente não vão conseguir mais se aposentar”, declarou Antônio José Oliveira, secretário geral da Federação dos Trabalhadores Rurais do Piauí (Fetag-PI).

Outra categoria numerosa na manifestação, os professores também rechaçaram os retrocessos contidos na reforma da Previdência de Temer. Para eles, além da imposição da idade mínima de 65 anos, o fim da aposentadoria especial para professores do ensino fundamental- que se aposentam cinco anos antes- também é motivo para críticas a reforma.

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“A categoria comparece ao ato porque tem a clareza sobre o retrocesso nas mudanças das regras da Previdência. Nós não aceitamos esse modelo de Estado que querem impor ao povo brasileiro. Vamos permanecer na luta”, destacou a dirigente do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-df), Rosilene Corrêa. Ela disse ainda que a greve nacional convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), pode ou não continuar dependendo do avanço da Reforma da Previdência na Câmara.
Pela manhã, vários parlamentares da bancada petista na Câmara participaram da manifestação. Entre eles Adelmo Leão (MG), Benedita da Silva (RJ), Erika Kokay (DF), Henrique Fontana (RS), José Guimarães (CE), Léo de Brito (AC), Luiz Sérgio (RJ), Marco Maia (RS), Margarida Salomão (MG), Padre João (MG), Reginaldo Lopes (MG), Robinson Almeida (BA) e Zeca Dirceu (PR).

Héber Carvalho

Foto: Gustavo Bezerra
Mais fotos: www.flickr.com/photos/ptnacamara

Ouça a Deputado Erika Kokay na Rádio PT

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