No dia seguinte à eleição de Jair Bolsonaro (PSL), como presidente da República, o coordenador da Central dos Movimentos Populares (CMP) e da Frente Brasil Popular, Raimundo Bonfim, disse que já é o momento de os movimentos sociais pensarem em como se preparar para os desafios que serão impostos pelo futuro governo de extrema-direita.
Para Bonfim, sem movimentos sociais, sem a sociedade civil organizada, a democracia no Brasil corre sérios riscos e será preciso “continuar forte para enfrentar situações difíceis durante o mandato do novo presidente eleito”. Ainda de acordo com o coordenador, os ataques aos direitos e à soberania do país serão ainda maiores, e que Bolsonaro dará continuidade à velha política de Temer.
Bonfim associa a vitória de Bolsonaro à desestabilização do país desde 2015, a não aceitação do resultado das eleições de 2014 pelos políticos conservadores, o impeachment da presidenta Dilma Rousseff em 2016 e a prisão sem provas e inconstitucional do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Bonfim disse ainda acreditar na criação de uma frente democrática que inclua partidos políticos e movimentos sociais para resistir à conjuntura adversa que virá contra o campo da esquerda. E destacou a ameaça de Bolsonaro de “dar um jeito no ativismo social”. Para o ativista, o futuro presidente demonstra disposição de criminalizar e anular os movimentos sociais do país.
Para o coordenador da Frente Brasil Popular, a esquerda e os movimentos sociais precisam agora “se enfiar na periferia”, ação iniciada já na reta final da campanha de Fernando Haddad (PT).
“Fomos lá para os fundões dialogar com a população. Nós temos que fazer isso independente de eleição, temos que fazer isso para organizar os trabalhadores e a população em associações, grupos culturais, de mulheres, de juventude. Os coletivos populares são muito importantes e precisam se conectar uns com os outros.”
Rede Brasil Atual
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