Movimentos sociais que representam 66 entidades, como centrais de trabalhadores, sindicatos, estudantes, intelectuais e demais segmentos da sociedade, querem dar uma demonstração de força contra o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff já nos primeiros dias de 2016.
A ideia, lançada pelo coordenador-geral da Central de Movimentos Populares (CMP) e também membro da Frente Brasil Popular (FBP), Raimundo Bonfim, é promover uma mobilização com pelo menos 100 mil manifestantes na Esplanada dos Ministérios (Brasília) em favor da manutenção do mandato da presidenta.
A data precisa para esse grande encontro será confirmada no dia 18 de janeiro, quando a Frente reunirá suas 66 entidades para avaliar os resultados alcançados em 2015 e definir o calendário de atividades 2016.
“Queremos começar 2016 como terminamos 2015: reunindo apoio popular para impedir o golpe contra a presidenta Dilma”, afirmou Bonfim à Agência PT de Notícias, por telefone, na segunda-feira (28).
Ele se referia à mobilização do dia 16 de dezembro, quando 250 mil militantes dos movimentos populares, convocados por frentes como a FBP, saíram às ruas das maiores cidades brasileiras para contestar a tentativa de golpe e defender o mandato da presidenta.
Bonfim acredita que o grande evento de abertura das atividades do ano deve ser realizado, preferencialmente, em data próxima à votação da admissibilidade do processo de impeachment pela Câmara Federal. Ele quer impressionar parlamentares com uma demonstração de que qualquer tentativa de golpe terá de enfrentar resistência popular.
As conversas sobre a agenda de manifestações contra o impeachment são ainda preliminares, mas preveem realização de atos em defesa do governo, pela cassação do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e a adoção de políticas econômicas para retomada do crescimento da economia.
As atividades parlamentares serão retomadas pelo Congresso em 1º de fevereiro, mas ainda não há data para apreciação da matéria do impedimento presidencial pelo Plenário da Casa, sob o comando do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Até lá, o Partido dos Trabalhadores (PT) adotou uma mobilização permanente, no período de recesso parlamentar, em defesa da democracia, contra o processo de impeachment e pela volta de ambiente propício à retomada dos investimentos produtivos na economia.
O presidente do partido, Rui Falcão, defendeu em editorial divulgado na segunda (28), a construção de uma pauta econômica que devolva à população a confiança que resultou na eleição da presidenta em 2014.
“Agora que o risco do impeachment arrefeceu, mas sem que as ameaças de direita tenham cessado, é hora de apresentar propostas capazes de retomar o crescimento econômico, de garantir o emprego, preservar a renda e os salários, controlar a inflação, investir, assegurar os direitos duramente conquistados pelo povo. Chega de altas de juros e de cortes em investimentos”, propôs Falcão.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias