Vários movimentos sociais que lutam pelo direito à moradia protestaram nesta quinta-feira (9), em frente ao Ministério do Planejamento em Brasília, contra o corte de recursos no orçamento federal para programas habitacionais voltados a população de baixa renda, que praticamente paralisou o Minha Casa Minha Vida entidades. A representante da União Nacional por Moradia Popular (UNMP), Evanize Rodrigues, criticou o descumprimento da promessa feita anteriormente pelo ministro das Cidades, Alexandre Baldy, de que iria retomar o programa habitacional com a construção de 30 mil casas.
“O programa está parado, apesar do compromisso assumido pelo ministro Baldy. Não houve liberação de nenhuma unidade nova. A expectativa era para final de julho, mas isso não aconteceu, e pior, mostrou a condição precária do contingenciamento orçamentário. Na prática vemos a falta de compromisso desse governo com as áreas sociais, enxugando os poucos recursos que existiam para essa área”, destacou Evanize Rodrigues.
Uma comissão de representantes dos movimentos que lutam por moradia chegou a ser recebida por assessores do ministro do Planejamento, Esteves Colnago Júnior. Mas o dirigente do Movimento Nacional de Lula por Moradia (MNLM), Miguel Lobato, disse que não houve resposta alguma para a reivindicação do movimento pela retomada do Minha Casa Minha Vida entidades. “Nenhuma solução para a falta de recursos foi apresentada”, lamentou. Lobato disse ainda que os técnicos afirmaram que essa é uma e é exclusiva do Ministério das Cidades. “Na verdade, essa reunião foi de enrolação, e a gente saiu sem nenhuma resposta”, completou.
O programa Minha Casa Minha Vida entidades tem como objetivo tornar a moradia acessível às famílias organizadas por meio de cooperativas habitacionais, associações e demais entidades privadas sem fins lucrativos. Os movimentos reivindicam a contratação imediata de dez mil unidades habitacionais ainda este ano, e de 50 mil do Minha Casa Minha Vida entidades para o ano que vem.
Acampamento – Após o protesto em frente ao Ministério do Planejamento, os manifestantes dos movimentos por moradia se dirigiram para o Ministério das Cidades para tentar uma audiência com o ministro Alexandre Baldy. A intenção deles é permanecerem acampados em frente ao ministério até serem recebidos pelo titular do órgão.
Além da UNMP e do MNLM, também participaram do protesto militantes da Central dos Movimentos Populares (CMP), Confederação Nacional de Associações de Moradores (Conam), Movimento de Luta de Bairros e Favelas (MLB), Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD) e Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Héber Carvalho