O movimento de resistência ao golpe ganha força na Câmara. Deputados da Bancada do PT anunciaram, no início da tarde desta quarta-feira (11), no Salão Verde da Casa, a resistência ao golpe e o não reconhecimento de um eventual governo Temer na presidência da República. Os deputados petistas hastearam uma faixa com os dizeres: Temer não será presidente, será sempre golpista.
Para a deputada Maria do Rosário (PT-RS) a única possibilidade para um país democrático reconhecer um presidente é através do voto popular, que nasça das urnas. “E isso Michel Temer nunca terá. É por isso que eles são golpistas, porque não aceitam esperar o momento das urnas. Não tem história, não tem voto para se colocarem diante do povo brasileiro buscando aprovação. A resistência continua e se tornará ainda mais forte para defender direitos dos trabalhadores, das mulheres, das populações mais humildes do Brasil”, disse.
Também a deputada Moema Gramacho (PT-BA) reafirmou que Michel Temer jamais será presidente. “Temer e todos os golpistas, que não gostam de ser chamados desta forma, levarão esta pecha para o resto de suas vidas, para a História. Estamos comunicando à sociedade brasileira que seremos a resistência, porque ele (Temer) não terá legitimidade para governar, pois não teve voto e é um golpista.
E a presidenta Dilma, que teve 54 milhões de votos e não cometeu nenhum crime, está sendo julgado por um bando de corruptos encabeçado pelo corrupto mor, Eduardo cunha (presidente da Câmara afastado). Vamos resistir e mostrar para a população que o golpe, patrocinado pela Fiesp e a Rede Globo, visa apenas subtrair direitos dos trabalhadores conquistados com muita luta”.
De acordo com o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) não haverá nenhuma legitimidade num eventual governo Temer. “A ideia é deixar claro para a sociedade brasileira que não existe nenhuma hipótese de que possamos vir a considerar legítimo o governo de Michel Temer. O Governo Temer é fruto de um golpe parlamentar e de uma aliança com os derrotados na eleição de 2014, que envolve um grupo criminoso tendo como responsável principal o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha. Para salvar seu mandato, Cunha vendeu o mandato da presidenta Dilma, num ato de vingança. Portanto, este é um processo ilegal, que afronta a Constituição e não vamos legitimar um governo fruto de golpe”, ressaltou.
Já o deputado Marcon (PT-RS) defendeu a continuidade da resistência e alertou para o risco de enfrentamento caso um eventual governo Temer retire direitos dos trabalhadores. “Se o Temer tentar acabar com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), como já foi alardeado, é porque ele quer ir para o enfrentamento com os movimentos sociais do campo. O MDA surgiu depois de muita luta. Não surgiu porque o FHC, na época, era bonzinho com a agricultura familiar, com os quilombolas, com os índios e os sem terra. Foi depois de muito enfrentamento. Então, se o Temer retirar esta estrutura e não tiver políticas para este povo, haverá muito enfrentamento no nosso país, luta mesmo radicalizada para defender o direito dos nossos agricultores”.
Gizele Benitz
Foto: Lúcio Bernardo Jr