Mesmo em recesso, dezenas de parlamentares marcaram presença no plenário do Senado Federal na quinta-feira (12), para ouvir o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho.
Espontaneamente, o ministro compareceu ao Parlamento para falar das ações que o governo federal tem tomado em relação às catástrofes causadas pelas chuvas em várias regiões do país. Para o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira (SP), o ministro demonstrou o compromisso do governo Dilma na prevenção e na ajuda às vítimas das chuvas em todo o país.
“As acusações da oposição, de que o governo não tem sensibilidade para a resolução desses problemas e que privilegia um estado em detrimento de outros, foram totalmente desmentidas pelos dados apresentados pelo ministro”, disse o líder do PT.
Ao lamentar as mortes ocorridas neste ano, Paulo Teixeira lembrou, entretanto, que os investimentos realizados em 2011 permitiram a redução de vítimas. “Eu lamentaria a morte, mesmo que fosse de uma só pessoa. Mas temos que indagar quantos morreram em anos anteriores. Só na região serrana do Rio de Janeiro, no ano passado, mais de mil pessoas perderam a vida. Temos um sistema de monitoramento em funcionamento, que precisa ser melhorado, mas que já está nos ajudando a salvar vidas”, ponderou o líder.
Na audiência da Comissão Representativa do Congresso Nacional, o ministro da Integração Nacional afirmou que o governo investiu em medidas preventivas, apenas em 2011, mais de R$ 1,1 bilhão. Segundo ele, já estão previstos investimentos em projetos de gestão de risco e prevenção a desastres naturais para o período 2012-2015, de cerca de R$ 11 bilhões.
Pernambuco – Em resposta a acusação de privilegiar seu estado natal, o ministro Fernando Bezerra Coelho afirmou que Pernambuco foi apenas o quarto colocado em liberação de recursos em 2011, com 9% do total. São Paulo ficou em primeiro lugar, com 26%, seguido do Rio de Janeiro, com 18% e Minas Gerais com 11% dos recursos.
Emendas – Sobre as denúncias em relação à liberação de emendas, o ministro afirmou que 54 parlamentares tiveram 100% do valor das emendas apresentadas ao ministério liberadas. Denúncias de parte da imprensa afirmavam que apenas o filho do ministro, deputado Fernando Bezerra Coelho Filho (PSB-PE), teria obtido o benefício. O deputado, entretanto, teve 100% das suas emendas individuais empenhadas no Ministério da Integração em 2009 e 2010, antes de seu pai comandar a pasta.
Nepotismo – Bezerra também desmentiu as afirmações de que nomeara o irmão, Clementino Coelho, para a presidência da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba). Segundo ele, o fato só ocorreu porque, em obediência ao estatuto da empresa, o membro mais antigo da diretoria teria que assumir a presidência do órgão. O irmão do ministro era diretor da Codevasf desde 2003.
Proposta – O deputado Paulo Teixeira informou que apresentará, na próxima semana, requerimento propondo a criação de uma comissão permanente para tratar de prevenção de desastres socioambientais. “Esse tema não pode ser uma preocupação apenas na época em que os desastres ocorrem, deve ser objeto de discussão do Congresso Nacional durante todo o ano, para que possamos contribuir com o aperfeiçoamento das ações de prevenção de catástrofes”, justificou o líder do PT.
Preconceito – O deputado Amauri Teixeira (PT-BA) elogiou a gestão de Fernando Bezerra à frente do Ministério da Integração e criticou aquilo que considera um preconceito contra os nordestinos. “A imprensa do Sudeste nunca protestou quando o Nordeste foi discriminado na distribuição de recursos, mas nós temos que combater a pobreza e a desigualdade regional e, por isso, o Nordeste precisa ser privilegiado, sim. Isso não significa que as demais regiões do País sejam esquecidas, mas precisamos de um olhar especial para o Nordeste, porque é lá que a pobreza extrema está concentrada”, defendeu o deputado baiano.
Héber Carvalho e Rogério Tomaz Jr.
