Ministro defende que Lava Jato investigue propinas pagas no governo FHC

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Foto: Isaac Amorim/Ministério da Justiça
 
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta quinta-feira (12) que denúncias de pagamento de propina na Petrobras durante o governo Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, devem ser investigadas na Operação Lava Jato. Em entrevista à Folha, o ministro disse que o dever da polícia é apurar qualquer suspeita de ato ilícito.
 
A declaração de Cardozo ocorre depois de o PT contestar o fato de investigadores não terem indagado depoentes sobre denúncias que envolvem o pagamento de propina na Petrobras no período anterior a 2003, ano do primeiro mandato do ex-presidente Lula.
Em delação premiada divulgada na semana passada, o ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco relatou ter começado a receber propina em 1997, época em que o PSDB comandava o País. Procurado na ocasião para comentar as declarações de Barusco, o partido não comentou.
 
“Se foram relatados ilícitos nas delações, pouco importa sob quais governos ocorreram, pouco importa se isso aconteceu no governo da presidente Dilma, do presidente Lula ou do presidente Fernando Henrique Cardoso, tudo tem de ser investigado.”
 
Nesta semana, uma comitiva de 18 deputados da Bancada do PT na Câmara, incluindo o líder Sibá Machado (AC), cobrou da Procuradoria-Geral da República e também do Ministério da Justiça, isonomia nas investigações da Operação Lava Jato, especialmente quanto às denúncias feitas por Pedro Barusco, ex-funcionário da Petrobras. Os documentos criticam a atuação “parcial” da Polícia Federal no caso.
 
Na PGR, a comitiva protocolou uma representação solicitando que as investigações da Lava Jato sejam estendidas ao período de 1997 a 2003. Apesar de Barusco ter informado, em delação premiada vazada à imprensa, que começou a receber propinas em 1997, os parlamentares petistas consideram estranho que só tenham aparecido informações detalhadas sobre fatos ocorridos a partir de 2003.
 
“Determinei à PF que esclareça as indagações do PT tomando todas as providências cabíveis ao caso”, afirmou Cardozo. Segundo o ministro, não se trata de fazer jogo político, mas de cumprir o “dever legal” da polícia de apurar qualquer notícia de ocorrência de crime. “Não é opção, é um dever. Não investigar significa prevaricação”, disse.
 
PT na Câmara com Folha de S.Paulo 

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