Foto: Gustavo Bezerra/PT na Câmara
Durante quase seis horas de debate na Câmara dos Deputados, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, desmontou hoje argumentos contrários da oposição ao “Mais Médicos”; reforçou os princípios do programa, responsável por levar profissionais a mais de 700 municípios que sequer dispunham de um médico; mostrou dados recentes sobre os resultados já percebidos nas populações atendidas; e destacou a mudança de paradigma que a iniciativa trará futuramente ao sistema nacional de saúde (público e privado). No total, até agora, são 9,5 mil profissionais médicos atuando em 3.279 municípios e atendendo uma população de 33 milhões de brasileiros.
Chioro, que participou de audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, revelou que o maior impacto da implantação do programa será percebido a partir do perfil de doenças e óbitos (morbidade e mortalidade) nos próximos três anos, com a indicação clara da elevação dos índices de qualidade de vida. O ministro demonstrou que já houve um aumento de 7% no número de consultas da atenção básica e que uma pesquisa realizada em 688 municípios já detectou resultados positivos: aumento de 27,3% no diagnóstico de hipertensos; de 14,3% no de diabéticos; e de 17,3% no de pessoas atendidas pela rede de saúde mental.
“Sabe o que isso significa? Significa objetivamente que estamos protegendo melhor os rins dessas pessoas, o coração delas. Significa que vamos ter menos infarto, menos derrame, menos pessoas evoluindo para a insuficiência renal crônica, mais pessoas vivendo com o controle dos transtornos psiquiátricos. Significa que estamos melhorando o pré-natal, o atendimento aos nossos bebês. Isso é fundamentalmente o que interessa, é a essência desse projeto em curto prazo, para que possamos idealizá-lo a médio e longo prazos”, afirmou Arthur Chioro.
O líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), destacou a capacidade do ministro – que já foi secretário municipal de saúde de São Bernardo do Campo, de Santos e de São Vicente – para conduzir o programa Mais Médicos. “O Estado brasileiro está muito bem servido. Como morador de São Bernardo, sou testemunha das mudanças promovidas pelo então secretário, com a reorganização do Conselho de Saúde, com a revolução em termo de gestão, com a construção de 23 unidades básicas de saúde e de sete unidades de pronto-atendimento, além da realização de congressos com a comunidade e da mudança da relação médico/paciente”, elogiou o líder petista.
Como ponto principal de toda a sua fala durante a audiência, o ministrou chamou a atenção para a necessidade da mudança de foco no debate ocorrido até agora, que esteve centrado na polêmica acerca do provimento de médicos – sobretudo, dos estrangeiros. Na sua avaliação, esse ponto traduz o plano emergencial do Mais Médicos, mas não o de maior relevância. Ele destacou que há outras estratégias, de caráter estruturante, que envolvem a qualificação da infraestrutura, o sistema de saúde como um todo e a formação do profissional médico.
Tarciano Ricarto