Audiência pública nesta quinta-feira, na Câmara, discutiu políticas públicas para o território Kalunga, localizada ao norte do estado de Goiás e que abrange também os municípios de Monte Alegre, Cavalcante e Teresina de Goiás. A representante do ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Ivanise dos Santos, defendeu um trabalho conjunto com outros ministérios para promover ações que atendam à comunidade.
“É preciso integração entre os órgãos governamentais, principalmente no que diz respeito a pesquisas e dados reais sobre número de famílias e situação de saúde. Muitas vezes, nem as próprias prefeituras têm dados concretos, o que dificulta também a atividade dos ministérios. Assim, é necessário um bloco de informações e ações de cada parte envolvida”, disse.
Para o deputado Pedro Wilson (PT-GO), uma das maiores dificuldades em construir políticas públicas é a comunicação com estas comunidades. “Comunicação é tão importante quanto arroz, feijão e moradia. É preciso, além da mobilização das comunidades em conhecer seus direitos aos programas federais, também uma participação maior dos veículos. Há proprietários de meios de comunicação que acham que não é preciso trabalhar o lado social, divulgar os programas, alcançando as populações mais carentes”, criticou o parlamentar.
Para Ivanise, “todo o trabalho é feito por demanda. Como é difícil a exatidão nos dados, é importante que a população provoque e informe sobre suas necessidades básicas, o que está certo ou errado para que o governo consiga atender”, concluiu Ivanise.
A comunidade Kalunga é a maior remanescente quilombola do País. Ainda sobrevivendo da comunicação oral, falta estrutura e condições de vida melhores. Os estudos na região começaram por volta de 1980, quando a comunidade, enfim, começou a ter influência das tecnologias e outras atividades desenvolvidas nas grandes cidades. Mesmo assim, os Kalungas ainda são resistentes com relação à cultura quilombola e sobrevivem até hoje com meios de vida próprio da comunidade.
Hérika Tavares
