Ministério das Mulheres lança Painel sobre o Ligue 180

Atualmente, estão cadastrados 2.580 serviços no Painel Foto: Divulgação Ministério das Mulheres

Em live realizada nesta quinta-feira (8), no YouTube , o Ministério das Mulheres lançou o Painel do Ligue 180, ferramenta interativa desenvolvida pela pasta com o objetivo de facilitar o acesso da população e dos gestores e gestores a informações sobre os serviços da rede de atendimento existente nos municípios e estados brasileiros.

Atualmente, estão cadastrados 2.580 serviços, divididos entre: Delegacias Especializadas e Núcleos ou Postos de Atendimento à Mulher em Delegacias Gerais; Núcleos da Mulher nas Defensorias Públicas (NUDEM); Promotorias Especializadas e Núcleos de Gênero nos Ministérios Públicos; Juizados e Varas Especializadas em Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; Centros de Referência e de Atendimento à Mulher (CRAMs, CEAMs etc.); Casas Abrigo, Casas de Acolhimento Provisório e Casas-de-Passagem; Serviços de Saúde a Pessoas em situação de violência sexual; Casa da Mulher Brasileira; e Patrulhas Maria da Penha.

“Esse é mais um serviço de utilidade pública, que é um compromisso do presidente Lula desde a sua campanha. Ele tem como uma de suas prioridades o enfrentamento às desigualdades sociais e de gênero, e enfrentar as violências contra as mulheres, que é o feminicídio zero. Mas para atingi-lo, precisamos prevenir, e o Ligue 180 é o melhor canal de prevenção da violência contra as mulheres seja doméstica, familiar, sexual, patrimonial, moral, psicológica, e do próprio feminicídio”, defendeu a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, durante a apresentação do painel.

A ministra lembrou que, durante os seis anos dos governos anteriores, todo canal e toda publicidade relacionada às ações destinadas à prevenção da violência contra a mulher foram retiradas do ar: “porque ter acesso à informação é peça fundamental para que as mulheres consigam saber onde pedir ajuda.”

“Para nós, do governo federal, a questão da transparência é estratégica e fundamental. E isso é algo que o presidente Lula tem insistido. Temos hoje um canal que está aí, colocando serviços, mas se você conhece algum serviço do seu município, e não o localizou no painel, nos avise para que ele possa ser acrescentado. O painel estará em constante atualização”, garantiu Gonçalves.

O painel reuniu atualmente três abas, sendo:

1 – Sobre o painel – espaço que reúne informações introdutórias sobre o conteúdo do painel e como navegar;

2 – Serviços da Rede – local para buscar facilmente informações sobre os serviços especializados de atendimento a mulheres em situação de violência; e

3 – Análise da rede de serviços – que traz informações elaboradas de todos os serviços disponíveis por estado, município e tipo de serviço para os seguintes serviços cadastrados na Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180.

Carnaval é festa e também momento de respeito 

O lançamento do Painel ocorre no momento anterior ao Carnaval, tornando a ferramenta mais uma entrega para que as mulheres consigam acessar os serviços de proteção. “Quero reforçar que estamos praticamente no Carnaval, que é o espaço da gente cantar, ser feliz, e portanto é um espaço que precisa ter respeito”, declarou.

“Então não é não, respeite a vontade da mulher, que deve ser respeitada. A mulher tem o direito de sair com a roupa que ela quiser, da forma que ela quiser, então você não tem o direito de assediá-la. Essa é a mensagem do Ministério das Mulheres e do Ministério do Trabalho, e do governo federal do governo Lula”, alertou a ministra.

Políticas integradas para enfrentar a violência 

Segundo a secretária nacional de Enfrentamento à Violência Contra Mulheres, Denise Motta Dau, o painel é uma ação que integra o Programa Mulher Viver Sem Violência: “A nova ferramenta cumpre o papel de subsidiar gestores e gestores estaduais e municipais sobre como e onde estão distribuídos os serviços, que são informações essenciais, seja para a manutenção da política nessa esfera de governo, seja inovações, para pensar novas ações”, pontuou.

“Olhando o diagnóstico que o painel traz, podemos descobrir que precisamos de mais serviços para o fortalecimento da rede de enfrentamento à violência do gênero, por exemplo. Porém, ele não é só para quem está na gestão, mas também para a cidade comum, porque uma mulher em situação de violência pode acessar o painel e saber quais são os serviços na região em que ela mora, e onde buscar ajuda”, detalhou.

Dados da Ligue 180 em 2023 

Durante o ano de 2023 foram 1.588 ligações para o 180 por dia, totalizando 568.608 chamadas no ano. Divididos por regiões, os contatos por dia foram elencados da seguinte forma, de maneira a evidenciar qual região mais procurou o serviço para denúncia, ou simplesmente tirar uma dúvida.

  • 1º lugar Sudeste com 789 ligações/dia;
  • 2º lugar Nordeste com 375 ligações/dia;
  • 3º lugar Sul com 157 ligações/dia;
  • 4º lugar Centro-Oeste com 119 ligações/dia;
  • 5º lugar Norte com 113 ligações/dia.

Além disso, o 180  vem passando por uma série de atualizações. Há a preocupação de que o atendimento seja feito por uma outra mulher. Foram feitas também capacitações  das áreas de atendimento à população LGBTQIAPN+, para mulheres indígenas, igualdade étnica e racial, violência sexual para apoio e implantação do protocolo Não é Não. Em 2023, foram realizados quase sete mil atendimentos no canal do WhatsApp da Ligue 180, que está em vigor desde abril de 2023

A secretária revelou que algumas das principais dúvidas das mulheres que procuram o canal são para saber se a situação enfrentada no relacionamento atual, ou vivida com o ex-companheiro, é ou não violência, se está enquadrada na legislação: “Muitas querem saber se estão em situação de violência, qual o serviço pode acessar, e qual o mais adequado para o tipo de violência que ela enfrenta.”

“O Ligue 180 vem se aprimorando para abarcar os diversos tipos de violência para que uma mulher possa ser acolhida por meio de um atendimento humanizado e adequado, com o objetivo de que a situação de violência que ela está tenha enfrentando uma resolução, impedindo que essa situação é grave”, afirmou.

Da Redação do Elas por Elas , com informações do Ministério das Mulheres

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