O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, continua dedicado ao papel que lhe foi destinado: encobrir os crimes de Jair Bolsonaro na pandemia. Na manhã desta quarta-feira (12), como um cúmplice que altera a cena de um assassinato em massa, ele lançou uma campanha que orienta a população a usar máscara e a não aglomerar, além de apresentar o governo atual como exemplo de eficiência na vacinação. Queiroga também anunciou a criação de uma secretaria extraordinária de resposta à pandemia chefiada, vejam só, por uma especialista em infectologia, a médica Luana Araújo.
A campanha, que tem direito a Zé Gotinha ao lado da família, tem dois graves problemas. O primeiro é que as orientações de prevenção chegam com mais de um ano de atraso e são de uma hipocrisia atroz, pois não vêm acompanhadas de medidas que ajudem as pessoas a ficar em casa, como um auxílio emergencial digno.
Além disso, chega a ser revoltante o ministério fazer uma peça que tenta convencer as pessoas de que o Executivo se preocupa com a vida delas após Jair Bolsonaro passar 14 meses provocando aglomerações, circulando sem máscara e negando a gravidade da pandemia.
O outro problema do vídeo lançado pelo ministério é o fato de ele mentir, dando a entender que a vacinação segue um ritmo aceitável no Brasil. O país, porém, ocupa apenas a 65ª posição no ranking de países com maior porcentagem de pessoas que já receberam as duas doses, segundo o site Our World in Data, vinculado à Universidade de Oxford, no Reino Unido.
O governo gosta de ressaltar que o país é um dos que mais aplicou doses da vacina. Mas isso só ocorre porque abriga a sexta maior população do mundo. Infelizmente, a verdade é que Bolsonaro não criou um plano de vacinação adequado a uma população de 211 milhões de habitantes, tendo inclusive rejeitado várias ofertas de venda de doses no ano passado.
O resultado é este: brasileiros ansiosos à espera de sua vez de vacinar, enquanto assistem, há mais de 50 dias, a mais de 2 mil mortes diárias. Sem vacina, os brasileiros sentem medo e choram a morte daqueles que amam.
Como disse, na terça-feira (11), a médica e diretora Susana Garcia, na missa de sétimo dia do ator Paulo Gustavo, uma das mais de 420 mil vítimas da Covid-19 no Brasil: “E pensar que você e muitas pessoas morreram porque não tiveram duas doses, apenas duas doses de uma vacina que já existe. Essa dor, essa dor não pode ser em vão. Por isso, nosso amigo querido, por você, em sua honra, seremos cada vez mais um imenso mar de força, determinação e coragem contra tudo que nega a vida”.
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