A preservação da memória e da cultura indígena passa pela formação de uma rede unindo museus e centros culturais existentes nas próprias aldeias. A ideia foi defendida pelo coordenador da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, Marcelo Manzatti, durante encontro realizado na quarta-feira com lideranças indígenas de várias partes do País, no Museu Nacional, no Rio de Janeiro.
Manzatti disse que já existem museus e centros culturais funcionando dentro das aldeias, mas carecem de verbas para manutenção e principalmente de ligação com iniciativas semelhantes. Ele contabiliza cerca de 50 museus indígenas espalhados por diversas regiões, mas ressalta que são iniciativas isoladas, patrocinadas por ONGs ou por pessoas que coletam artigos e peças.
“Vamos montar uma rede entre esses museus para que a gente fique permantentemente em contato. Haverá um próximo encontro para levantarmos os problemas comuns e capacitarmos essas lideranças, que atuam como agentes de memória”, disse Manzatti.
Segundo ele, há a possibilidade de a Petrobras patrocinar um projeto de preservação da memória indígena, com instalação nas aldeias de pontos de cultura ou de memória, dentro do programa Mais Cultura, do ministério.
“Museu não pode ser um espaço só voltado para o passado. Tem que saber qual futuro vamos querer. A gente escolhe do passado os elementos que vão permitir transformar ou reafirmar a realidade que se vive hoje”, explicou Manzatti.
Um dos espaço de preservação mais antigos do país funciona em Cuiabá (MT) desde 1971. Mantido pela Universidade Federal de Mato Grosso, o Museu Rondon tem entre seus curadores o índio Vitor Peruare e reflete bem as dificuldades que vivem as instituições voltadas para a história indígena.
Agencia Brasil