Milton Santos é homenageado e petistas lembram críticas à globalização

milton santos_D1Dezenas de pessoas entre professores, estudantes, representantes de classe e da sociedade civil lotaram o plenário da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (28), para relembrar o ideário e a contribuição do geógrafo, jornalista, pesquisador e intelectual, Milton Santos que faleceu há dez anos.

Para o deputado Luiz Alberto (PT-BA), autor da sessão especial, Milton Santos deixou um conjunto de obra que é referência e apontou caminho para uma nova visão de globalização. “Negro, intelectual, militante das ideias, atuou no campo da prática política, interferiu diretamente na rota da história do Brasil. Fincou nas bases deste país o pensamento de que a Nação deve servir antes de tudo ao cidadão e não ao interesse de empresas”, disse o petista.

Na avaliação do parlamentar, outra marca deixada pelo geógrafo foi revolucionar os fundamentos da geografia ao “romper as barreiras da geografia física para se preocupar com as pessoas que ocupavam esses espaços e, principalmente, as questões sociais que as envolviam”, disse.

Para Luiz Alberto, Milton Santos “é o farol que aponta o melhor caminho a ser seguido por aqueles que combatem a desigualdade histórica que permeia a sociedade”, afirmou.

Ao representar a bancada petista no evento, o deputado Amauri Teixeira (PT-BA) disse que Milton Santos inovou ao traduzir a relação homem, espaço, natureza. Segundo Teixeira, o geógrafo foi o maior crítico da globalização. “Para Milton Santos, a globalização era apenas financeira e não favorecia a maioria dos povos pobres e oprimidos”, explicou.

O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), encaminhou à sessão uma mensagem lida pelo deputado Mauro Benevides (PMDB-CE). No texto, Maia disse que Milton Santos tornou-se um dos grandes nomes da geografia brasileira e, segundo ele, “as ideias dele (Santos) formam geração de geógrafos pelo mundo”. Maia lembrou também que o geógrafo “dissecou a globalização muito antes desse conceito ser discutido”, lembrou.

Para a ministra da Secretaria de Promoção de Políticas de Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, o geógrafo é o exemplo que se enquadra no contexto das finalidades defendidas pela secretaria. “O Milton Santos representou de forma exemplar aquilo que é a finalidade maior da Seppir, a valorização da participação negra na história do Brasil”, disse a ministra.

Milton Santos escreveu mais de 40 livros, foi professor da UFBA, da USP e de várias universidades na Europa, América Latina, Estados Unidos, Canadá, na África, entre outros. Foi agraciado com 18 títulos de doutor honoris causa. Recebeu o Prêmio Vautrin Lud, considerado o “Nobel” no campo da geografia, em 1991, na França. Morreu no dia 24 de junho de 2001, aos 75 anos de idade.

Benildes Rodrigues

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