A presidenta Dilma Rousseff anunciou, neste domingo (27), que o Brasil pretende reduzir em 37% as emissões de gases de efeito estufa até 2025. Para 2030, segundo a presidenta, a ambição é chegar a uma redução de 43%. Estas serão as metas que o País vai levar para a Conferência do Clima em Paris, a COP-21, em dezembro.
Os números foram aguardados durante meses e são considerados ambiciosos e ousados pelas comunidades científica e internacional. Em seu discurso durante a sessão plenária da Conferência das Nações Unidas para a Agenda do Desenvolvimento Pós-2015, Dilma destacou que o Brasil é um dos países que tem uma meta clara sobre redução de emissões de gases de efeito estufa.
Para o deputado Nilto Tatto (PT-SP), o anúncio feito pela presidenta coloca o País na condição de protagonista global na luta pela redução da emissão de gases causadores de efeito estufa.
“As metas anunciadas pela presidenta são ousadas, muito além das expectativas de especialistas socioambientais, e diferenciam a política do Brasil à de outros países em desenvolvimento que, na prática, não têm obrigação de reduzir as emissões da mesma forma que os países ricos”, ressaltou.
Ele disse ainda que o Brasil “tem todas as condições de atingir a meta, dado o exemplo que já temos na redução do desmatamento”. Para o deputado, essa nova meta faz avançar ainda mais o protagonismo ambiental do Brasil, “que sempre teve importância por conta da nossa biodiversidade, florestas e tamanho do País”, explicou Tatto.
Ao falar sobre a Pretendida Contribuição Nacionalmente Determinada, conhecida como INDC, que o Brasil levará à Conferência do Clima, em Paris, a presidenta definiu a contribuição brasileira como “significativa e ambiciosa”.
Para alcançar a meta estabelecida, o País prevê chegar ao fim do desmatamento ilegal em 2030, além de restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares; recuperar 15 milhões de hectares de pastagens degradadas e integrar cinco milhões de hectares de lavoura, pastagem e pecuária.
Na área de energia, a presidenta anunciou metas ambiciosas. O Brasil irá ampliar a presença de fontes renováveis na matriz energética brasileira, chegando a um percentual de 45%. “Note-se que, no mundo, a média é de apenas 13% dessa participação e, na OCDE, de apenas 7%”, frisou Dilma.
A presidenta também assegurou a participação de 66% da fonte hídrica na geração de eletricidade e participação de 23% das fontes renováveis – eólica, solar e biomassa – na geração de energia elétrica. Outro compromisso assumido foi o aumento de cerca de 10% na eficiência elétrica e a participação de 16% de etanol carburante e de demais fontes derivadas da cana-de açúcar no total da matriz energética.
“O Brasil tem feito grande esforço para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, sem comprometer nosso desenvolvimento econômico e nossa inclusão social. Para tanto, continuamos diversificando as fontes renováveis em nossa matriz energética, uma das mais limpas do mundo. Estamos investindo na agricultura de baixo carbono e reduzimos em 82% o desmatamento na Amazônia. Podem ficar certos que a ambição continuará a pautar nossas ações”, ressaltou Dilma.
Resumo das metas apresentadas pelo Brasil:
– Sobre uso da terra e a agropecuária
1º – o fim do desmatamento ilegal no Brasil;
2º – a restauração e o reflorestamento de 12 milhões de hectares;
3° – a recuperação de 15 milhões de hectares. de pastagens degradadas;
4º- a integração de 5 milhões de hectares de lavoura-pecuária-florestas.
– Na área de energia
1º – a garantia de 45% de fontes renováveis no total da matriz energética. Note-se que no mundo a média é de apenas 13% nessa participação. E, na OCDE, de 7%;
2º – a participação de 66% da fonte hídrica na geração de eletricidade;
3º – a participação de 23% das fontes renováveis – eólica, solar e biomassa – na geração de energia elétrica;
4º – o aumento de cerca de 10% na eficiência elétrica.
5º – a participação de 16% de etanol carburante e de demais fontes derivadas da cana-de açúcar no total da matriz energética.
Confira as metas apresentadas pelos países desenvolvidos e pela União Europeia:
EUA: 32% de redução até 2030 em relação a 2005
China: atingir pico de emissão de CO2 até 2030
União Europeia: 40% de redução até 2030 em relação a 1990
Japão: 25,4% de redução até 2030 em relação a 2005
Rússia: 30% de redução até 2030 em relação a 1990
PT na Câmara com Blog do Planalto e agências
PT na Câmara com Blog do Planalto e agências
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR