Merlong rebate “analistas” e defende revisão da meta fiscal para garantir que economia continue na rota do crescimento

Deputado Merlong Solano. Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados

O vice-líder da Bancada do PT na Câmara, Merlong Solano (PI),  reforçou o compromisso do presidente Lula e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com o equilíbrio das contas públicas e criticou  o “escarcéu” que setores da mídia e “analistas” têm feito em torno das novas metas de resultado primário (saldo entre receitas e despesas, sem contar os juros da dívida) para os próximos anos.

Os críticos, sempre mais preocupados em proteger os interesses imediatos do chamado mercado e do rentismo, parecem esquecer fatos relevantes que demonstram que o ajuste fiscal está em curso e que cabe ao governo de nação independente  dimensioná-lo às necessidades e possibilidades do País”, escreveu Merlong, em artigo publicado na revista Carta Capital.

Ele sublinhou que os críticos esquecem que o déficit das contas públicas e da dívida pública é um problema global liderado especialmente pelos países mais ricos, que apresentam níveis de endividamento muito superiores a seus próprios PIBs, “como se dá nos Estados Unidos, cuja dívida chegou a 123% do seu Produtor Interno Bruto em 2023 e que continua a crescer em função do financiamento de  guerras pelo mundo afora”.  O déficit primário norte-americano situa-se em torno de 5% do PIB.

Merlong assinalou  no artigo que a  revisão da meta fiscal era previsível e necessária. “Isso porque garante que a economia continue na rota do crescimento e da sustentação dos investimentos públicos, além do estímulo aos investimentos privados”, disse, frisando que “ é com o crescimento do PIB  que se reduz de maneira eficaz o peso da dívida pública sobre as contas públicas.

 

Leia a íntegra do artigo:

 

“Mudança da meta: e daí?

 

Por Merlong Solano (*)

 

O governo Lula tem compromisso sério e firme com as contas públicas, como ocorreu nos dois mandatos anteriores. Não tem sentido o escarcéu que se tem feito em torno das novas metas de resultado primário  (saldo entre receitas e despesas, sem contar os juros da dívida) para os próximos anos, reduzindo as estimativas de saldos positivos em 2025,de 0,5% do PIB para zero, e 2026, de 1% para 0,25% .

Os críticos, sempre mais preocupados em proteger os interesses imediatos do chamado mercado e do rentismo, parecem esquecer fatos relevantes que demonstram que o ajuste fiscal está em curso e que cabe ao governo de nação independente  dimensioná-lo às necessidades e possibilidades do País.

Após uma sucessão de anos com elevados déficits primários, recessão e baixo crescimento econômico, sem falar na hecatombe provocada pela pandemia, que condições teria o Brasil de promover rápida transição para elevados superávits primários, sem provocar pesado custo social sobre nossa população?

Deixam também de lado o fato muito relevante de que, diante do déficit primário de 2,29% do PIB em 2023, a meta de resultado primário de 0% em 2025 representa um ajuste muito considerável para qualquer economia e, principalmente, para uma sociedade marcada por fortes desigualdades como é caso da brasileira.

Os críticos esquecem que o déficit das contas públicas e da dívida pública é um problema global liderado especialmente pelos países mais ricos, que apresentam níveis de endividamento muito superiores a seus próprios PIBs, como se dá nos Estados Unidos, cuja dívida chegou a 123% do seu Produtor Interno Bruto em 2023 e que continua a crescer em função do financiamento de  guerras pelo mundo afora.  O déficit primário norte-americano situa-se em torno de 5% do PIB.

Finalmente, ignoram os quase 7% do PIB que, no Brasil, pagamos em juros para rolar e financiar a dívida pública e  jogam no ostracismo a verdade inquestionável de que o crescimento econômico, que a meta fiscal apertada tanto defendida por eles deprime, é o melhor canal para manter a sustentabilidade da dívida pública.

Raramente se veem, na mídia, vozes racionais para tratar do assunto com a seriedade que merece. Tornam-se, os “analistas”, verdadeiros arautos do apocalipse. Frisam, irresponsavelmente, que  a dívida bruta vai crescer em relação ao PIB, mas, volto a insistir, tapam os olhos para o fato de a dívida pública crescer substancialmente com a taxa básica de juros, que é mantida em patamar extremamente elevado.

O Brasil, ou seus analistas de economia, padece de uma doença chamada rentismo. Com uma das taxas de juros mais altas do planeta, uma pequena elite endinheirada acostumou-se a viver de renda. Esse segmento tem seus porta-vozes dia e noite na mídia tradicional, sem contraposição para o necessário entendimento da questão relacionada à dívida pública interna.

A taxa de juros criminosa, adotada pelo atual comando do Banco Central, é um monumental percalço a ser suplantado para que tenhamos a economia nos trilhos. A taxa Selic impede o crescimento da economia, com impacto direto nas contas públicas.

Com esse desvirtuamento e omissões, o noticiário não mostra ou minimiza dados positivos sobre o país, induzindo grande parcela da opinião pública a ter uma percepção falsa da realidade, problema agravado pelo advento das redes sociais, que se tornaram instrumentos de desinformação e disseminação de mentiras.

O crescimento no ano passado foi de 2,9%, superando os prognósticos. O Fundo Monetário Internacional  revisou para cima a projeção para o crescimento da economia brasileira em 2024.  A estimativa é de que o PIB vá crescer 2,2%, mas nada impede que seja maior.  Segundo as projeções do FMI, o Brasil ascenderá ao oitavo lugar entre as maiores economias do mundo ainda este ano, superando a Itália, e manterá essa posição até 2029, quando se espera que seu PIB atinja a marca de US$ 3,06 trilhões em valores correntes. Em 2023, com Lula, o país registrou um PIB de US$ 2,17 trilhões, saindo do 11º para o  9º lugar no ranking das maiores economias do mundo.

A renda média domiciliar per capita bateu recorde em 2023, consequência do crescimento real do salário mínimo, da ampliação do Bolsa Família e do mercado de trabalho aquecido. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o rendimento médio por pessoa atingiu patamar de 1.848 reais, o maior desde o início da série histórica, em 2012. Os dados são ajustados pela inflação e integram recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio.

O PLDO 2025 destaca uma perspectiva econômica positiva com crescimento do PIB previsto em 2,8% para o próximo ano, uma inflação controlada e a previsão de um salário mínimo de  1.502 reais, um aumento de 6,37% em relação ao valor atual. O projeto estabelece meta de resultado primário de zero real para 2025 e um superávit progressivo nos anos subsequentes, visando estabilizar a dívida bruta em cerca de 79,7% do PIB a partir de 2027.

A  revisão da meta fiscal era previsível e necessária. Isso porque garante que a economia continue na rota do crescimento e da sustentação dos investimentos públicos, além do estímulo aos investimentos privados. De novo, repito: é com o crescimento do PIB  que se reduz de maneira eficaz o peso da dívida pública sobre as contas públicas.

Em 2008, o ex-presidente português Mário Soares fez uma entrevista com Lula para uma emissora portuguesa e listou uma série de dados positivos sobre o Brasil, tais como geração de empregos, contas externas, credibilidade internacional e justiça social. Mas assinalou que ficou perplexo com a cobertura da mídia tradicional, que mostrava um quadro extremamente contrário à realidade.

Dezesseis anos depois, a estratégia da direita brasileira permanece a mesma: subestimar os fatos positivos e carregar nas tintas os fatos considerados negativos, num esforço articulado  para  evitar o empoderamento de um projeto que tem potencial para promover mudanças estruturais no Brasil, dentre as quais a redução sustentada das desigualdades sociais.

(*) Deputado federal (PT-PI) e vice-líder da Bancada do PT na Câmara dos Deputados” 

 

Artigo publicado originalmente na revista Carta Capital

 


Redação PT na Câmara

 

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também

Jaya9

Mostbet

MCW

Jeetwin

Babu88

Nagad88

Betvisa

Marvelbet

Baji999

Jeetbuzz

Mostplay

Melbet

Betjili

Six6s

Krikya

Glory Casino

Betjee

Jita Ace

Crickex

Winbdt

PBC88

R777

Jitawin

Khela88

Bhaggo

jaya9

mcw

jeetwin

nagad88

betvisa

marvelbet

baji999

jeetbuzz

crickex

https://smoke.pl/wp-includes/depo10/

Depo 10 Bonus 10

Slot Bet 100

Depo 10 Bonus 10

Garansi Kekalahan 100