Mercadante mostra potencial do setor naval e faz apelo para união suprapartidária em torno de interesses nacionais

Mercadante gushta

O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, reconheceu nesta quarta-feira (5), em audiência na Comissão de Minas e Energia da Câmara, que a crise econômica mundial, iniciada em 2008, e potencializada pela Operação Lava Jato, provocou impacto no setor de gás e petróleo brasileiro e, por conseguinte, na indústria naval. No entanto, o setor continua forte e estratégico para o país. “Somos um dos poucos países que aumentou a produção e as reservas de petróleo. Mesmo com a baixa no preço das commodities, ainda assim, esse é um produto estratégico para o país”, observou o ministro.

Em sua exposição, o ministro lembrou que setor naval cresceu consideravelmente nos últimos 12 anos. Segundo ele, em 2003 a indústria naval tinha apenas dois estaleiros ativos, um desativado e o ofertava 7465 empregos. Atualmente, conta com nove estaleiros ativos, quatro em construção e emprega mais de 69 mil trabalhadores. De acordo com Mercadante, esse resultado é fruto de investimentos feitos nas áreas de tecnologia, inovação e produção nacional.

“Conseguimos diversificar os estaleiros por quase toda a costa brasileira. A trajetória da indústria em termo de emprego é bem nítida no ciclo que vivemos. Tivemos expansão importante, melhora do preço do petróleo, descoberta do pré-sal. Temos problemas, mas é bem melhor do que no tempo em que não tínhamos problemas porque não tínhamos indústria”, afirmou.

Para o ministro Aloizio Mercadante os problemas verificados nos últimos meses com os estaleiros, desencadeados pela Operação Lava Jato, são “conjunturais e diferenciados”. Segundo ele, apesar de redução de 13 mil postos de trabalho até junho de 2015, os estaleiros mantém “o terceiro maior nível de ocupação da história”. Ele observou, também, que praticamente todos os estaleiros estão com encomendas para os próximos anos.

Apelo – O ministro fez defesa incondicional da recuperação de empresas investigadas na Operação Lava-Jato. Para ele, essas empresas da construção civil que atuam no setor de petróleo são indispensáveis para impulsionar o crescimento da indústria naval brasileira.

Ele sugeriu ao Congresso que aprimore a Lei Anticorrupção para permitir essa recuperação, em vez de lançar as empresas à insolvência. Mercadante diz considerar todas essas reflexões uma necessidade suprapartidária, de forma que uma “agenda positiva” conduza Executivo e Legislativo a agirem em torno dos interesses nacionais e não de disputas políticas.

“Precisamos ter uma porta de saída para recuperar as empresas. Que elas indenizem a Petrobras e os gestores sejam punidos, mas que a gente preserve empresas que estão na indústria da construção civil, da construção pesada e, no caso, da indústria da construção naval”, avançou.

Crescimento – O líder da bancada do PT na Câmara, deputado Sibá Machado (PT-AC) afirmou que o que traz o investimento é o olhar para frente e acreditar que o cenário futuro será melhor que o cenário atual. “É assim que o investimento é atraído. Então, o Brasil não pode perder essa perspectiva de apontar a linha do investimento”, recomendou o líder petista.

O deputado Carlos Zarattini (PT-SP), membro da Comissão de Minas e Energia, concordou com a análise do ministro e acrescentou: “O desenvolvimento da indústria naval vinculada ao petróleo é fundamental. Então, é preciso manter o marco legal da exploração do pré-sal como, por exemplo, a manutenção do conteúdo nacional que, nesse momento, corre risco como o projeto do senador José Serra, do PSDB, que pretende acabar com a participação da Petrobras como operadora única do pré-sal”, alertou Zarattini.

Benildes Rodrigues com Agência PT

Foto: Gustavo Bezerra
Mais fotos: www.flickr.com/photos/ptnacamara

*Acesse a apresentação do Ministro Aloizio Mercadante

*Abaixo o vídeo do Navio Vital de Oliveira:

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