O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse na terça (16) que as críticas ao serviço obrigatório de dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS) para estudantes de medicina são seletivas. A medida é um dos pontos da Medida Provisória (MP) do Programa Mais Médicos, encaminhada pelo Executivo ao Congresso Nacional na semana passada.
“Porque é que no Fies [Financiamento Estudantil] tem 24 mil estudantes que vão ficar oito anos trabalhando no SUS para pagar e ninguém criticou? Querem a resposta? Porque são estudantes de medicina pobres. Ninguém criticou, ninguém questionou”, disse o ministro. Ele falou com jornalistas pouco antes de encontrar a presidenta Dilma Rousseff em audiência no Palácio do Planalto.
Mercadante defendeu a aplicação do segundo ciclo de estudos no SUS a todos os estudantes de medicina, e não apenas aos de escolas públicas, pois entende que esse é um critério de formação. Ele disse não acreditar que as críticas ao modelo proposto pelo governo resultem de preconceito de estudantes ricos com o SUS. “Não, espero que não. Eles vão ter grande experiência de vida, pois esse é um sistema generoso, um sistema solidário”.
O ministro da Educação também anunciou a criação de uma comissão com o objetivo de discutir e aprimorar a MP Mais Médicos. O grupo terá representantes dos ministérios da Educação, da Saúde e das 11 principais universidades federais do país.
Segundo Mercadante, a comissão terá quatro meses para discutir a MP Mais Médicos no Congresso, e depois mais seis meses para trabalhar as propostas dentro da Comissão Nacional de Educação, que tratará das questões curriculares e do acompanhamento acadêmico. O prazo para implantação do segundo ciclo é de sete anos, uma vez que as primeiras turmas sob o novo sistema chegarão em 2021.
Mercadante voltou a defender o ingresso de médicos estrangeiros no Brasil e destacou que todos passarão pelo Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida) e só serão encaminhados aos locais aonde os médicos brasileiros não quiserem ir. “É um programa provisório, voltado especialmente ao Semiárido nordestino, à Amazônia e à periferia das grandes cidades, e eles vão trabalhar acompanhados pelas universidades”.
Fonte: Agência Brasil