A intenção de viagem das famílias da classe C aumentou entre junho e agosto deste ano segundo sondagem de consumidor realizada pelo Ministério do Turismo e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Na faixa de renda até R$ 2.100, o aumento foi de cerca de 80%, passando de 7,3% para 13,1%. Já na faixa salarial de até R$ 4.800 o aumento foi de aproximadamente 25%, passando de 15,5% para 19,3% no mesmo período. De acordo com Vinícius Lages, ministro do Turismo, “a classe C já representa o mesmo que a classe A do ponto de vista da fatia de compra de viagens em todo o País”.
Embora a pesquisa trate de expectativa de viagens nos próximos meses, dados ratificam crescimento das viagens domésticas, nos últimos anos, impactados pela melhoria de renda das famílias brasileiras. Só em 2013 foram realizadas 201,8 milhões de viagens pelo Brasil, contra 197 milhões do ano anterior.
“Isso é uma demonstração de que o País vem mudando o perfil de renda”, afirma o ministro. Ele destaca a contribuição da geração de emprego formal para esse cenário, uma vez que a conquista do direito a férias remuneradas dá ao trabalhador condição de viajar. “Todos os programas de aumento de renda, do salário mínimo, já refletem um País que tem novos consumidores de turismo.
Nós saímos de 30 milhões de desembarques doméstico em 2003 para 100 milhões esse ano. Mostra que muita gente está viajando e cada vez mais de avião”, declarou.
A facilidade de parcelamento e o planejamento também são fatores que permitiram o acréscimo no número de viagens dos brasileiros e incluíram o turismo na cesta de compras da classe média. Estão disponíveis no mercado, por exemplo, pacotes parcelados no boleto bancário ou em até dez vezes no cartão de crédito.
Cláudio Vila Nova, que atua há 25 anos no ramo de venda de pacotes de turismo, observa a mudança de perfil desses consumidores. “Ao longo dos anos esse número de clientes com esse poder de compra de viagem vem aumentando. (…) Hoje conseguem incluir no orçamento uma ou até duas viagens por ano para a família. Isso está muito associado à qualidade de vida que hoje em dia é muito importante.” Ele diz que anos atrás era comum as pessoas dizerem que ‘viagem é para poucos, é só para quem pode’. “Hoje não, todo mundo pode viajar hoje”, afirma.
Já em pesquisa do Sebrae, a classe C dá grande importância ao planejamento financeiro familiar para viajar. As decisões sobre destino da viagem são tomadas em família e a compra de pacote com agências representa segurança, devido a experiência dos agentes.
Segundo uma das maiores operadoras de turismo do Brasil, a classe média é responsável por 20% das vendas, percentual quase igual aos 23% da classe A, de renda superior a 20 salários mínimos.
A pesquisa de sondagem de intenção de viagem do consumidor é realizada pelo Ministério do Turismo/FGV todos os meses, em sete capitais brasileiras e mede a vontade das pessoas em viajar nos próximos seis meses. Ao todo são feitas duas mil entrevistas nas cidades de Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
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