Medidas do BC para conter crédito são bem aceitas

05-05-10-pepe vargas-D1O ministro da Fazenda, Guido Mantega, elogiou as medidas adotadas nesta sexta-feira (3) pelo Banco Central (BC) que restringem o crédito bancário de longo prazo para pessoas físicas. O governo elevou o total de dinheiro que os bancos devem reservar para operações de crédito de prazos superiores a dois anos, o que deve elevar o custo desses financiamentos. “As medidas irão encarecer o crédito, mas é oportuno adotá-las diante da expansão existente no mercado financeiro”, disse.

Uma das medidas alcança empréstimos consignados de prazo superior a 3 anos. Hoje, esse empréstimo com desconto em folha pode ser de até 5 anos. No caso dos financiamentos de veículos, poderá haver aumento de juros para os prazos de 2 a 3 anos quando o valor da entrada for inferior a 20%. Se o financiamento for de 3 a 4 anos, a entrada terá que ser de 30% para não sofrer impacto com as mudanças. Já os prazos de 4 a 5 anos, exigirão uma entrada de 40%.

Entre as medidas anunciadas pelo BC, após decisão do Conselho Monetário Nacional, está o aumento do compulsório dos bancos para retirar R$ 61 bilhões da economia e reduzir a oferta de crédito. “As medidas são muito boas e acertadas. O aumento do compulsório tira um pouco de liquidez do crédito, que cresceu muito ultimamente e a demanda já está num patamar satisfatório”, disse Mantega.

Parlamentares da bancada do PT também opinaram sobre as medidas. Para o deputado Pepe Vargas (PT-RS), presidente da Comissão de Finanças e Tributação, elas são positivas e já eram esperadas. “Para desaquecer um pouco a demanda e, neste sentido, ter menos pressão sobre os indices de inflação e possibilitar a manutenção da taxa de juros no patamar atual e não impactar também a dívida pública. Estamos num nível de elevamento do Produto Interno Bruto (PIB) bastante elevado, então não há porque manter a demanda tão aquecida”, disse Pepe.

O deputado Pedro Eugênio (PT-PE), também integrante da Comissão de Finanças e Tributação, disse que vê com cautela as medidas até que fique bastante claro a sua extensão quantitativa. “Não estamos identificando sinais de inflação que recomende uma restrição mais forte na demanda. Na minha opinião, não estamos precisando dar um freio na demanda. Considero que o crédito, como item importante da sustentação da demanda do país, deve ser mantido como instrumento de financiamento ao consumo e, principalmente, ao capital fixo das empresas através do do longo prazo. Vamos aguardar para ver a extensão e fazer uma avaliação mais ampla”, disse.

G20 – Para o ministro Guido Mantega as medidas estão de acordo com o que defende o G20 (grupo formado pelas economias mais fortes do mundo) e com o acordo firmado entre dirigentes de bancos centrais que aumenta a exigência de capitalização dos bancos para evitar novas crises no mercado financeiro (Basileia 3). “A situação não é preocupante, mas o crescimento tem sido muito forte e hoje já foi totalmente restabelecido o crédito do período pós-crise. Tem que dar uma moderada para que ele não passe dos limites”, defendeu Mantega.

Equipe Informes com Agências

 

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