Maria do Rosário cobra altivez do Parlamento contra as ameaças à democracia e ao Congresso

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) utilizou a tribuna nesta terça-feira (3) para repudiar a atitude do presidente Bolsonaro de apoio às manifestações convocadas contra o Congresso Nacional. Ela comparou às ameaças que a democracia vive nesse momento às vivenciadas no golpe de 2016. “O mais alto posto do nosso País é utilizado para a convocação criminosa de manifestações em favor do fechamento da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Como é possível este Parlamento calar-se quando se sabe que todas as vezes que o Parlamento é atacado, o próprio povo também o é?”, questionou a deputada, sem esconder a sua indignação.

Rosário alertou ainda que todas as vezes que a Constituição é atacada, a própria liberdade de expressão também o é! “Trata-se, portanto, de um atentado gravíssimo à independência e harmonia entre os Poderes da República. Trata-se de um atentado contra a Constituição, de algo inaceitável para um País que pretende recompor a sua democracia e não afundar no absurdo de quem não a valoriza, desrespeita a Constituição e não exerce com responsabilidade as funções que honrosamente o povo brasileiro lhe credenciou pelo voto, a exercer ainda que em eleição marcada pelo erro, pela manipulação, pelas fake news, pela mentira, que é o tipo de eleição pela qual acabou sendo eleito o Sr. Jair Bolsonaro”, desabafou.

Quem pensa ser o General Heleno?

Na avaliação da deputada do PT gaúcho, o presidente Bolsonaro não honra a sua função. “Jair Bolsonaro e toda a sua equipe demonstram não ter nenhum apreço ao Parlamento brasileiro, nenhum apreço à Câmara, ao Senado. Recentemente o General Augusto Heleno, ministro da Segurança Institucional, jogou sobre o País uma insegurança institucional ao desrespeitar a Câmara dos Deputados. É possível aceitarmos tal posição?! Quem pensa ser o General Augusto Heleno para se ocupar da República como se fosse o seu dono?! Isso é ditadura, se em uma ditadura estivéssemos. Isso não é possível, senhores e senhoras!”, protestou.

Maria do Rosário citou uma frase de Ulysses Guimarães sobre a ressurreição do Poder Legislativo, em 1985: “Não há dúvida alguma de que o Congresso tem créditos institucionais e sociais que só a má-fé desconhece. Os que perseveram na campanha de desmoralização do Parlamento veem a árvore de defeitos humanos e isolados e por isso não enxergam a floresta de ações meritórias”. Ela ainda avaliou que na árvore de defeitos, “estão os R$ 40 milhões destinados àqueles que, talvez, tenham negociado o seu voto na Reforma da Previdência, justamente a base apodrecida de Jair Bolsonaro, os mesmos que se valeram, é possível, da campanha eleitoral de 2018, marcada pela mentira e não pelas regras institucionais que uma democracia deve perseverar”.

Para Maria do Rosário, o golpe continuado que vivemos desde 2016 impede o País de crescer, de se desenvolver, enquanto há desemprego e fome na casa das pessoas. “Um general e o presidente, entre aspas, da República ocupam um espaço público simplesmente para vociferar ora o ódio, ora o golpismo, mas sempre o desrespeito à Constituição. Pois não fomos feitos deputados e deputadas para nos rebaixar os agentes desse tipo, que não honram os seus mandatos onde quer que estejam, uns condenados morais pela história que serão. Pois aqui cabe a altivez do Parlamento. Quem se rebaixa diante disso não honra esta Casa, nem de Ulysses, nem de Rubens Paiva, muito menos a Casa que é do povo brasileiro”, conclui.

Vânia Rodrigues

 

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