A deputada Margarida Salomão (PT-MG) utilizou ontem a tribuna da Câmara dos Deputados para promover um debate sobre os valores que fundamentam a política nos regimes democráticos e que devem ser cultivados e defendidos na atividade parlamentar. Margarida fez, durante o grande expediente, considerações sobre a atual conjuntura política do País e sobre o período ditatorial ao qual o Brasil foi submetido há 50 anos.
A parlamentar lembrou a sessão solene promovida pela Câmara na última semana, quando foram homenageadas vítimas da ditadura, como o ex-deputado Rubens Paiva, que “honrou seu mandato parlamentar” ao denunciar o golpe, mesmo que sua postura tenha lhe custado o mandato e a vida. Sobre aquele período, ela foi taxativa ao rememorar o discurso do ex-deputado Ulisses Guimarães na promulgação da Constituição de 1988: “Da ditadura é preciso ter nojo. Nojo e ódio para que jamais se repita”.
Margarida pediu pela continuidade e fortalecimento dos trabalhos da Comissão da Verdade, “para que o País possa contemplar com justiça seu passado recente e reconciliar-se consigo mesmo”; e pela revisão da Lei da Anistia, “para que a verdade seja restabelecida e a justiça seja feita”. Com essas considerações, a deputada passou à atualidade da política brasileira.
Caso Pasadena – O debate sobre a Petrobras, especialmente sobre o caso da Refinaria de Pasadena, foi o exemplo mais atual escolhido pela parlamentar para ilustrar seu discurso sobre a guerra retórica deste período eleitoral. Margarida citou o valor divulgado pela mídia como referente à aquisição da refinaria, US$ 1,2 bilhão, quando a verdade aponta para pouco mais da terça parte deste valor, US$ 486 milhões.
Segundo a deputada, comparando os custos da aquisição de Pasadena, nas duas etapas, pode-se constatar que a aquisição foi, na época, “vantajosa e bem situada no mercado corrente”. O mais importante para Margarida, nesse caso, é que a refinaria está operando e gerando lucros para a Petrobras. A parlamentar fez, ainda, convite para o Ato em Defesa da Petrobras, que ocorrerá no dia 23 de abril.
Democratização da mídia – Margarida aproveitou o gancho da guerra midiática em torno da Petrobras para pedir também pela democratização da mídia. “As perspectivas se abrem com a aprovação do Marco Civil da Internet, e ele precisa estar no centro do debate da próxima campanha eleitoral. Basta de terrorismo econômico, basta de presságios malignos e inconfirmados”.
Assessoria Parlamentar