O deputado Marcon (PT-RS), em discurso na tribuna da Câmara, na terça-feira (5) defendeu a necessidade de o País realizar, urgente, uma Reforma Política. Para ele, o Congresso Nacional, após o período eleitoral, deve se debruçar sobre o tema. “É necessário uma grande reflexão de todos nós, há a necessidade de uma forte pressão social para aprovação da tão sonhada Reforma Política no Congresso Nacional”, afirmou.
Marcon observou que existe um “silêncio” sobre essa questão, por parte dos principais financiadores de campanhas eleitorais no Brasil. “O que parece é que eles querem a manutenção do atual modelo. Há um silêncio obsequioso sobre esse tema, quase como se esses grandes financiadores gostassem de gastar R$ 100 ou R$ 150 milhões em uma campanha”.
O petista lembrou que a presidenta da República, Dilma Rousseff, propôs no ano passado a realização de um plebiscito e de uma Constituinte exclusiva para realizar a reforma do sistema político brasileiro. No entanto, frisou o deputado, a reação no Congresso foi na contramão dos anseios da maioria da população brasileira.
“Nos dias seguintes à apresentação dessas propostas, parlamentares e dirigentes de vários partidos passaram a operar para que não houvesse nenhuma mudança radical no sistema político-eleitoral”, denunciou Marcon.
O parlamentar destacou o trabalho da consultoria legislativa da Câmara que, segundo ele, realizou um estudo das 513 campanhas mais caras do Brasil, por Estado, mostrando que, destas, 380 foram bem sucedidas.
“Existem pontos fora da curva, mas são exceções cada vez mais raras. Dinheiro se transforma em voto com muita facilidade. Portanto, esse deverá ser um dos grandes temas que esse Congresso Nacional deverá se debruçar no próximo período”, observou o petista.
Benildes Rodrigues