O deputado Marcon (PT-RS) defendeu em pronunciamento no plenário a renúncia do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Marcon lembrou que além de mentir na CPI da Petrobras, dizendo que não tinha contas na Suíça, Cunha foi o primeiro dos 38 parlamentares investigados pela Operação Lava Jato a passar à condição de réu no Supremo Tribunal Federal (STF), e responderá pela prática de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no esquema de desvio de recursos da Petrobras.
“Eduardo Cunha deveria ter a hombridade e se afastar do cargo de Presidente da Câmara. Isso sim, é uma vergonha para o país, e uma total desmoralização dessa Casa. Está na hora desta Câmara tomar uma decisão e tirar o seu Presidente”, afirmou o parlamentar petista.
Marcon lembrou ainda que o nome de Eduardo Cunha aparece também na investigação mundial sobre a Mossack Fonseca – empresa do Panamá que se dedica à abertura de offshores no exterior, divulgada nesta semana. “Dentre 57 brasileiros, estava lá o nome daquele que comanda a Câmara dos Deputados. A força-tarefa da Lava Jato investigou o escritório brasileiro por conta da suspeita de que a Mossack estivesse ajudando o ex-presidente Lula a ocultar a verdadeira propriedade do tríplex do Guarujá”.
No entanto, acrescentou Marcon, “o nome do ex-presidente Lula não apareceu entre os clientes da empresa panamenha, nem de nenhum de seus familiares. Pelo contrário, encontraram, mais uma vez, o nome do deputado Eduardo Cunha, que já réu no STF, que protela o seguimento da Comissão de Ética que lhe investiga e, para culminar, é o mesmo que conduzirá o impeachment da presidenta Dilma, a qual não tem absolutamente nada contra ela”, destacou.
Gizele Benitz
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