Foto: Gustavo Bezerra
O deputado Marcon (RS) afirmou em discurso no plenário da Câmara nesta quarta-feira (25) que estranha à forma com que os grandes veículos de comunicação do País estão tratando o escândalo do HSBC na Suíça. Segundo ele, se comparado enorme importância que o assunto tem obtido nos principais veículos de comunicação do mundo, a grande mídia nacional tem tratado o tema “de forma tímida”. O petista informa que entre 6700 a 8500 brasileiros podem ter aberto contas irregularmente no banco para “lavar ou sonegar” recursos fora do País.
“Isso acontece devido à insegurança do que poderiam descobrir numa investigação que não se sabe ainda até onde poderá chegar. Por isso, não serve para os grandes veículos (de comunicação)”, destacou Marcon.
O petista disse que a lista com os nomes dos brasileiros precisa ser revelada para ser verificado se as contas foram declaradas aos órgãos competentes no Brasil. “Se as contas não forem declaradas à Receita Federal, temos aí dois crimes, de evasão de divisas e de sonegação. E a partir de então, teremos que investigar a origem desse dinheiro”, defendeu.
Segundo Marcon, as contas que estão sendo investigadas foram abertas a partir do final da década de 1990 até 2007. Ele disse que a expectativa é de que esses correntistas tenham movimentado um valor aproximado de US$ 7 bilhões num esquema de evasão de divisas acobertado pela instituição financeira. “Isso pode trazer à tona personagens com vínculos diversos. Pode envolver esquemas relacionados ao tráfico de armas, tráfico de drogas e grandes casos de corrupção de muitos países”, observou.
Marcon disse que para evitar esse tipo de crime o País precisa rediscutir a legislação sobre grandes fortunas e sobre o envio de altos volumes de dinheiro para os paraísos fiscais. “Inclusive para desvendar cadeias enormes voltadas para o crime organizado”, esclareceu.
Héber Carvalho