O deputado Marcon (PT-RS) defendeu em pronunciamento no plenário que o Conselho Nacional de Justiça “avalie e julgue” as ações do Juiz Federal Sérgio Moro. De acordo com Marcon, Moro deve responder através de um processo disciplinar pelos abusos que cometeu.
“Ele (Sérgio Moro) solta gravações ilegais e depois pede desculpas, dizendo que errou. Outras gravações, que não são convenientes para ele, diz que é sigilo. Então, eu vejo que o Juiz Sérgio Moro passou daquilo que seria o papel do Juiz. É fundamental que o Conselho Nacional de Justiça faça valer a legislação e puna exemplarmente o juiz Sergio Moro. Afinal, se é de interesse do mesmo em entrar de vez na política que ele o faça saindo do poder judiciário e se filiando ao PSDB do Paraná, no qual todos nós sabemos que o mesmo tanto nutre tanto apreço”, afirmou o parlamentar.
O deputado Marcon informou que diversos parlamentares no Congresso Nacional, de diferentes partidos políticos, ingressaram na última semana com uma reclamação disciplinar no Conselho Nacional de Justiça contra o Juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, no Paraná, Sérgio Moro.
A reclamação, acrescentou Marcon, baseia-se na divulgação das gravações entre o ex-presidente Lula e a presidenta Dilma Rousseff. “Segundo o documento entregue pelos parlamentares é possível ter toda clareza de que ao levantar o sigilo telefônico o juiz Sérgio Moro tinha plena consciência de que se tratava de uma interceptação feita de forma ilegal, fora do horário determinado para seu fim, e que envolvia a Presidenta da República, expondo-a a perigo de lesão, em afronta inclusive ao art. 1º, III, da Lei nº7.170/83 (Lei de Segurança Nacional. No documento, os parlamentares reclamam que o próprio juiz Sérgio Moro admitiu, em nota, que a escuta foi ilegal, porque feita horas depois que ele havia determinado a suspensão, sem falar que, no dia de ontem, enviou petição ao STF onde pede desculpas pelo vazamento dos grampos”, explicou o parlamentar petista.
Gizele Benitz
Foto: Salu Parente