A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Petrobras, destinada a investigar supostas irregularidades na empresa, foi instalada nesta quarta-feira (28) no Senado Federal. O senador Vital do Rego (PMDB-PB) foi eleito presidente do colegiado e nomeou para o cargo de relator o deputado Marco Maia
(PT-RS). O relator disse que o desafio do colegiado é investigar fatos determinados e se afastar da disputa politico-eleitoral.
“Sei que há certa pressa para que as investigações tenham impacto no processo eleitoral, mas eu acho isso um erro. Essa CPMI tem que ser a mais técnica possível, buscar todas as informações, e não servir como palanque eleitoral para A ou para B. Temos que evitar isso para garantirmos um bom trabalho”, alertou Marco Maia. Ele disse ainda que “a CPMI deve investigar tudo o que for necessário para a conclusão e produção de um relatório que aponte o que de fato aconteceu na Petrobras”.
O relator disse ainda que vai analisar os quase 500 requerimentos já apresentados pelos membros da CPMI, antes de formatar o roteiro de trabalho do colegiado.
Marco Maia disse ainda que vai requerer todas as investigações já realizadas pela Polícia Federal, Controladoria Geral da União, Tribunal de Contas, e Ministério Público. “Estamos conduzindo um caminhão que certamente não vai iniciar na velocidade que desejamos. Mas vamos adquirir durante o processo um ritmo e uma velocidade para produzir um relatório consistente, sem passar a mão sobre ninguém”, prometeu.
Os parlamentares petistas Sibá Machado (AC) e Iriny Lopes (ES) também demonstraram preocupação com os rumos que a oposição quer dar à CPMI. “O que nos preocupa é que quando propomos levantar todos os problemas da Petrobras, desde o governo Fernando Henrique, quando afundou a Plataforma P-36, e ocorreu a compra da Rede Repsol, até hoje não explicada e que se encontra na justiça, além da tentativa de privatização da empresa, eles não topam investigar”, reclamou Sibá.
A deputada Iriny também disse que as investigações não podem servir aos interesses de setores descontentes com a política nacionalista da empresa. “Graças à reação dos trabalhadores e da sociedade, a Petrobras não teve o fim de outras empresas estratégicas vendidas a despeito da importância que tinham para o País. Agora setores querem a revisão do marco regulatório do Pré-Sal, e retomar a campanha pela privatização da empresa. Vamos ter que lutar contra isso”, afirmou.
O relator Marco Maia afirmou que vai divulgar na próxima segunda-feira (2) o plano de trabalho da CPMI. Na terça (3), a proposta será votada no plenário do colegiado.
Héber Carvalho
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