Márcio Macêdo homenageia Marcelo Déda: “saiu da vida e entrou para a história”

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Foto: Salu Parente/PT na Câmara

O deputado Márcio Macêdo (PT-SE) usou a tribuna da Câmara para falar, em nome da Liderança do PT, do Governador de Sergipe, Marcelo Déda, que faleceu na última segunda-feira (2). “Déda é um desses homens que surgem de tempos em tempos, não nascem todos os dias. Daí sua trajetória meteórica, brilhante e de vencedor”, disse.

Macêdo lembrou que Déda foi líder do PT Câmara, quando fez uma oposição dura ao projeto neoliberal em curso naquele momento histórico, mas leal. “Combateu as privatizações, a flexibilização das leis trabalhistas, o sucateamento do Estado brasileiro e as demissões em massa do funcionalismo público. Foi prefeito da Capital e governador  dos sergipanos eleito por duas vezes no primeiro turno”, lembrou o deputado .

“….Déda deixa para nossa geração, para os sergipanos, o legado da ética e da honestidade. O seu compromisso com o povo de Sergipe e a sua conduta retilínea como político o transformou num líder carismático e respeitado pela sua gente….”, disse Márcio Macêdo.

Para o deputado, Marcelo Déda “foi um homem que saiu da vida e entrou para a história, com o conjunto da sua obra transformando-o no maior estadista de todos os tempos no Estado de Sergipe”.

Leia a íntegra do discurso do deputado Márcio Macêdo:

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, todos que nos assistem pela TV Câmara, pela Rádio Câmara e pelo programa A Voz do Brasil, eu subo a esta tribuna pela indicação do nosso Líder José Guimarães para falar de um companheiro, um grande brasileiro sergipano que, desta mesma tribuna, liderando o nosso partido, o PT, transformou-se numa liderança nacional, o Governador de Sergipe, Marcelo Déda Chagas, que faleceu na manhã de segunda-feira e foi velado na mesma segunda e na terça pelo seu povo, pela sua gente, numa demonstração inequívoca que está presente no coração da gente sergipana.

 Déda é um desses homens que surgem de tempos em tempos, não nascem todos os dias. Daí sua trajetória meteórica, brilhante e de vencedor. Foi Deputado Estadual em 1986 com uma votação recorde, que só foi vencida 20 anos depois. Considerado o maior mandato da Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe, e láfoi Constituinte, inscrevendo na Carta do nosso Estado o capítulo do meio ambiente. Déda foi Deputado Federal por duas vezes, tendo votações expressivas e sendo o Deputado proporcionalmente mais bem votado do Brasil. Foi Líder do nosso partido aqui na Câmara. Fez uma oposição dura ao projeto neoliberal em curso naquele momento histórico, mas leal. Combateu as privatizações, a flexibilização das leis trabalhistas, o sucateamento do Estado brasileiroe as demissões em massa do funcionalismo público. Foi Prefeito da Capital dos sergipanos eleito por duas vezes no primeiro turno.

Fez um trabalho que transformou Aracaju, durante o seu Governo, na Capital de melhor qualidade de vida do País, superando Curitiba e Brasília.

Elegeu-se também Governador do Estado de Sergipe,por duas vezes, no primeiro turno. E, ali, inverteu prioridades, com foco nos mais pobres, naqueles que mais precisam da mão amiga do Estado.

Déda criou a inclusão no Estado de Sergipe, pelo direito e pela renda. Instituiu o planejamento participativo, colocando as impressões digitais do povo de Sergipe na gestão pública. Fez uma gestão que, em 7 anos, Deputada Benedita, teve 1.500 obras, ou realizadas, ou em execução, neste momento, no Estado de Sergipe. Transformou Sergipe no Estado com a terceira melhor renda do Nordeste e o melhor Índice de Pobreza da nossa região, e é a 19ª economia do Brasil em renda.

Meus companheiros, meus amigos, colegas e Deputados, como Déda foi aqui, o maior legado que Déda deixa para nossa geração, para os sergipanos, foi o legado da ética e da honestidade. O seu compromisso com o povo de Sergipe e a sua conduta retilínea como político o transformou num líder carismático e respeitado pela sua gente.

Déda não construiu patrimônio material. Em 30 anos de vida pública, tem um apartamento, em que morava com a mulher e com os filhos,e um carro 2011. Nunca foi apegado às questões materiais nem nunca colocou em balcão de negociações a questão econômica ou financeira.

 Foi um homem que saiu da vida e entrou para a história, com o conjunto da sua obra transformando-o no maior estadista de todos os tempos no Estado de Sergipe.

 Morreu o homem Déda, mas ficou o seu exemplo: o Deputado corajoso e brilhante, o Prefeito eficiente e inovador, o Governador competente e realizador, o executivo sério e honesto. Ficou o exemplo do homem culto, preparado, sintonizado com o seu tempo e com a sua gente, um orador de raro talento e com ligação direta com os corações das massas brasileiras e sergipanas. Ficou a memória do desenhista do traço refinado, do cineasta que sofreu a influência do cinema novo, do poeta sensível das diversas dimensões da vida, do pai amoroso, do filho responsável, do marido exemplar e dedicado.

 Foi um líder que amou o seu povo e por ele foi amado, com os seus defeitos e com as suas qualidades, com as suas virtudes e com as suas contradições; mas o conjunto da sua obra faz dele o maior líder da história política do meu Estado, o Estado de Sergipe.

Dédamorreu. Sergipe perdeu o seu líder. O PT perdeu o seu timoneiro. E eu perdi um amigo querido das horas boas e das horas ruins.

Eu visitei Déda, nas últimas semanas, no Sírio-Libanês. Vi um homem com o corpo frágil, debilitado, mas com coragem e dignidade ele enfrentou o momento mais difícil de sua vida. Aténaquele momento me chamou para uma conversa reservada para orientar sobre o que fazer, para dar sua opinião sobre a conjuntura e para dizer a palavra amiga de sempre. Enfrentou, com muita dignidade, de forma serena, compreendendo a conjuntura e encarando a vida, com a crença que tinha em Deus, com fé na história e na vida.

Eu quero, neste momento, solidarizar-me com a querida companheira Eliane Aquino, esposa de Déda, que,de forma valente, corajosa, companheira, esteve presente com ele em todos esses momentos de dificuldade. Foi quase 1 ano de martírio e de enfrentamento a uma doença complicada, como o câncer.

Déda em nenhum momento reclamou da vida nem renegou as suas crenças. Ao contrário, agradecia a Deus tudo que tinha lhe dado. Apenas disse: Só tenho uma sensação de não ter cumprido a minha missão que é ter ainda dois meninos pequenos, um, de 12 anos, outro, de 4 anos, para encaminhar na vida.

Quero abraçar seus cinco filhos: Marcella, Yasmin, Luísa, João Marcelo e Mateus.

Déda morreu, por ironia do destino, no Dia do Samba, que ele tanto gostava.

E me lembrei de uma passagem, quando eu estava em sua casa — eu, José Eduardo Dutra e o Senador Valadares —, e ele nos apresentou o novo DVD de um artista brasileiro que estava surgindo àquela época, que era o Diogo Nogueira, filho do velho João Nogueira. No dia em que ele morreu, eu botei o DVD para ver, e a primeira música dizia assim:

 O corpo a morte leva.

 A voz some na brisa.

A dor sobe para as trevas.

E o homem, a obra o imortaliza.

 Então, a obra de Déda o imortalizarácomo o maior estadista de todos os tempos de Sergipe.

 Ao finalizar, quero fazer com V.Exas. o brinde que ele sempre fazia com José Eduardo Dutra e que depois virou um brinde entre nós: A nós, aos que são como nós e aos que restam de nós!

 Que Deus o acompanhe, amigo, e o receba no melhor dos lugares, porque aqui, na terra, você cumpriu a sua missão com excelência.

Um abraço no coração, meu amigo Déda. (Palmas.)

Quero dizer tanto aos meus companheiros da base do Governo, como ao Líder do PSDB e outros da Oposição, que, baseado na Lei nº 1.909, de 1953, e na Lei nº 5.917, de 1973, estou com projeto de lei para que o aeroporto de Aracaju receba o nome do Governador Marcelo Déda Chagas.

Quero que todos os Líderes e todos os companheiros me ajudem a aprovar esse projeto de lei, em homenagem ao Deputado que foi Déda e ao Governador dos sergipanos.

Equipe PT na Câmara

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