O vice-presidente nacional do PT e deputado federal Márcio Macêdo (SE) criticou o exagero das movimentações do mercado financeiro que resultaram na queda da Bolsa de Valores e na alta do dólar. As variações ocorreram na quinta-feira 10, após o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fazer críticas a amarras fiscais e defender a ampliação de benefícios sociais para o combate à miséria.
Macêdo classificou o movimento do mercado como “superficial” e mencionou a “normalização” da situação. Depois de ter chegado a 5,39 reais, o dólar caiu 1,2% e fechou a sexta-feira em 5,33, enquanto a Bolsa de Valores encerrou o pregão com alta de 2,26%.
“Com todo o respeito e com muita sinceridade, eu acho que o mercado está exageradamente sensível, ou então está exageradamente ansioso”, avaliou o parlamentar. “Se você olhar a fala de Lula, não tem nada de diferente do que ele vinha falando na campanha. Ele apenas ressaltou e potencializou o seu compromisso inquebrantável com a erradicação da fome e da pobreza.”
Mapa da Fome
Em entrevista ao programa Direto da Redação, no canal da revista Carta Capital no YouTube, Macêdo frisou que o discurso de Lula não difere do que apresentou na campanha eleitoral.
“O Lula tem oito anos de governo. São os anos mais generosos da gestão pública para com o povo de todas as classes sociais. Todos ganharam no governo do Lula. Ele retirou o País do Mapa da Fome da ONU, a classe média aumentou o seu consumo e os ricos e milionários ganharam mais. Foi uma espécie de ganha-ganha”, declarou.
O deputado disse ainda que Lula agiu com “austeridade fiscal” em suas gestões por ter cumprido metas de superávit e deixado reservas cambiais dez vezes maiores do que quando recebeu o governo, em janeiro de 2003, no primeiro mandato. Além disso, Macêdo reforçou as palavras-chave ditas pelo petista durante a campanha: “estabilidade, credibilidade e previsibilidade”.
PEC do Bolsa Família
Em relação à PEC da Transição, chamada pela presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR), de PEC do Bolsa Família, Macêdo afirmou que uma minuta foi apresentada e que ainda deve ser analisada pelos presidentes da Câmara e do Senado e pelas lideranças dos partidos. A previsão é de que a resolução seja concluída nos próximos dias.
“É necessário um orçamento de guerra mesmo no próximo ano, como foi feito com a Covid-19”, disse. “Tem de ser uma PEC que possa atender aos brasileiros que estão passando fome, aquecer a economia e começar a gerar um estado de bem-estar no País.”
A entrevista está disponível na íntegra no YouTube:
Redação PT na Câmara com Carta Capital