O Dia do Trabalhador Rural foi marcado nesta quarta-feira (25), em Sergipe, pela tradicional Marcha Estadual dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, realizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra de Sergipe (MST/SE). Em sua 16ª edição, cerca de 10 mil pessoas participaram do ato, que saiu da praça Ronaldo Calumby, no conjunto Tiradentes, zona oeste de Aracaju, até o centro da capital, na praça General Valadão.
Antes do destino final, um ato político foi realizado na frente da Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), ocupado pelo MST desde a última segunda-feira (23). Sergipe foi o único estado do País a realizar a grande marcha dos trabalhadores sem-terra.
Como tem acontecido nos últimos anos, a Marcha do 25 de julho contou com a presença do coordenador nacional do MST, João Pedro Stédile. Além dos assentados e acampados, a marcha contou com a participação de trabalhadores de outras categorias que apoiam a luta pela reforma agrária. Também estiveram presentes o deputado federal João Lula Daniel (PT-SE), a deputada estadual Ana Lúcia (PT), o vereador Iran Barbosa, representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
O deputado João Daniel destacou que, além da luta pela reforma agrária, este ano o ato teve mais um motivo, que é debater a situação do Brasil e defender a libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Os trabalhadores e trabalhadoras do campo, assentados e assentadas, trabalhadores da cidade, acampados estão na luta pela defesa da soberania nacional, pela reforma agrária e retomar um grande debate para um projeto do Brasil. Não podemos aceitar esse golpe dado que a cada dia retira direitos históricos da classe trabalhadora e entrega o Brasil na mão das grandes empresas capitalistas”, disse.
Para João Daniel, o Brasil precisa investir na reforma agrária, na agricultura familiar, na produção de alimentos saudáveis. “Essa marcha traz a força e a energia de todos os lutadores e lutadoras de Sergipe. Por isso marchamos. E são as marchas que alimentam a esperança e forma a consciência da classe trabalhadora”, frisou o deputado.
Jornada de Lutas – O ato do 25 de julho faz parte da Jornada Nacional de Lutas e, segundo João Pedro Stédile, este ano tem uma forte simbologia, porque o maior líder popular do País está preso injustamente. “Lula não cometeu nenhum crime e está lá na carceragem da Polícia Federal”, disse. Stédile acrescentou que a marcha de Sergipe é histórica e repercute no Brasil inteiro.
Este ano, o ato teve a cobertura da Telesur – rede de televisão multi-estatal para a América, com sede na Venezuela – para toda América Latina. “Esta marcha tem um valor muito importante porque contribui para demonstrar ao povo brasileiro e ao poder judiciário que estamos na luta e não vamos descansar enquanto não libertar o Lula e eleger ele presidente e até voltarmos a ter um programa de reforma agrária popular que de fato resolva o problema dos trabalhadores rurais sem terra”, afirmou.
Desde o último dia 23, trabalhadores sem-terra de Sergipe ocupam a sede da Superintendência do Incra no estado. Além de cobrarem a libertação do ex-presidente Lula, preso político desde o último dia 7 de abril, na pauta de reivindicações do MST está a desapropriação da área do acampamento Maria Lindaura, no município de Japoatã. Há cerca de cinco anos 200 famílias estão acampadas no local aguardando serem assentadas. Eles também cobram a vistoria de outras fazendas para serem desapropriadas, contratação de empresas de Assistência Técnica para as famílias assentadas, pois há dois anos estão sem esse atendimento, pelo retorno do fornecimento das cestas básicas às famílias acampadas no estado e também pagamento do Fomento Mulher.
Recado do Lula – Aos participantes do ato, João Pedro Stédile trouxe o recado de Lula – a quem visitou em Curitiba (PR) na semana passada – de que será candidato à Presidência da República em outubro próximo, além de passar as tarefas para a militância nos próximos dias. Entre elas estão a caravana que sairá, no próximo dia 27, do Alto Sertão de Pernambuco, até Curitiba para levar o abraço dos nordestinos a Lula, no dia 2 de agosto.
No dia 28, acontece no Rio de Janeiro o Festival Lula Livre de música, com mais de 40 artistas já confirmados, entre eles Chico Buarque. Dia 31 de julho tem início a greve de fome por integrantes da Via Campesina, até que Lula seja libertado.
Assessoria Parlamentar