A Marcha contra a Fome, realizada ontem (13) em várias cidades, denunciou a insegurança alimentar no País e o aumento de preços de itens básicos para a população, como o gás de cozinha, além do fim de políticas públicas. Em São Paulo, por exemplo, após passeata que saiu da estação Paraíso do metrô, na zona sul, o ato terminou na praça da Sé. Houve distribuição de alimentos e ato ecumênico celebrado pelo padre Júlio Lancelotti (Pastoral do Povo de Rua) e pelo pastor Ariovaldo Ramos (Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito). No Rio de Janeiro, a mobilização ocorreu na praia do Leblon, também na zona sul.
Organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e pela Frente Povo sem Medo, o ato contra a fome em São Paulo percorreu a avenida 23 de Maio, corredor que liga as regiões norte e sul da cidade. “Não aguentamos mais a miséria provocada pelo governo Bolsonaro. O alto custo do gás, da comida, a falta de auxílio emergencial e o fim do Bolsa Família jogam, cada vez mais, o povo na invisibilidade”, afirmaram os organizadores em redes sociais. Eles estimaram em 20 mil o número de manifestantes.
Inflação e cesta básica
O protesto ocorre em um momento de alta da inflação, que atinge itens básicos, como alimentos, gás de cozinha e energia, sem contar os combustíveis. Além disso, os preços dos produtos da cesta básica continuam subindo. Quem ganha salário mínimo, por exemplo, consome quase 60% da renda líquida com a cesta, de acordo com os cálculos feitos mensalmente pelo Dieese.
O MTST lembrou dos atos realizados ainda durante a ditadura contra a carestia. O Movimento do Custo de Vida (MCV), por exemplo, surgiu em 1978, a partir da articulação de mulheres em São Paulo. A origem se dá ainda em 1973, quando são organizados “clubes de mães” na periferia da zona sul paulistana. Com apoio da Igreja Católica, por meio das Comunidades Eclesiais de Base.
Da Rede Brasil Atual