A presidenta do Partidos dos Trabalhadores, deputada Gleisi Hoffmann (PR), reagiu com indignação às conclusões açodadas do inquérito da Polícia Civil do Paraná sobre o assassinato do líder petista Marcelo Arruda.
“As provas que a própria polícia recolheu mostram que o assassino foi até a festa de Marcelo de caso pensado, para agredir e ofender exclusivamente por Motivação Política”, afirmou Gleisi em vídeo (abaixo), divulgado em suas redes sociais.
A conclusão açodada e contraditória aos fatos do assassinato de Marcelo significa, na realidade, mais um incentivo aos crimes de ódio e à violência política comandadas por Bolsonaro no Brasil. Queremos Justiça, queremos eleições limpas, sem violência. O Brasil precisa de paz!”, alerta Gleisi Hoffmann
Gleisi questionou a decisão da delegada que, mesmo diante dos fatos, insistiu em concluir que a motivação foi pessoal, “exatamente a versão que Bolsonaro e seu vice Mourão querem impor”, diz.
Segundo Gleisi, a delegada negou o acesso dos advogados da família de Marcelo à investigação, “uma obrigação da autoridade e um direito da defesa previstos na Constituição e nos tratados internacionais sobre Direitos Humanos que o Brasil assinou”.
Ainda de acordo com Gleisi, “a delegada ainda se recusou a ouvir testemunhas indicadas pela família, se recusou a fazer a perícia necessária e requisitada no celular do agressor e a tomar outras providências para elucidar a motivação do crime”.
Para a presidenta nacional do PT ficou evidente que a Polícia Civil do Paraná não quer reconhecer que foi cometido um crime de ódio.
“O crime tem de ser investigado na alçada da Justiça Federal, como requisitamos à Procuradoria Geral da República na última terça-feira”, destacou Gleisi.
Por fim, Gleisi lembra que se trata da mesma Polícia Civil do Paraná “que até hoje não enxergou nem deu um desfecho à investigação do atentado político contra a caravana do presidente Lula em março de 2022”.
Bolsonaro tem dois dias para se manifestar
Em resposta à petição dos partidos de oposição que integram o Movimento Vamos Juntos pelo Brasil, o ministro Alexandre de Moraes deu dois dias para o Bolsonaro se manifestar sobre atos de incitação à violência no país. O mesmo prazo de dois dias foi dado pelo ministro Moraes para o Ministério Público Eleitoral (MPE) se manifestar, após transcorridos os dois dias concedido a Bolsonaro.
Veja a íntegra da decisão do ministro Alexandre de Moraes
Em juízo de cognição sumária, inerente ao exame das medidas cautelares, verifica-se que os argumentos referentes ao pedido de liminar apresentam nítida vinculação com o próprio mérito da Representação, revelando-se indispensável exame mais detalhado do contexto fático exposto na inicial e dos fundamentos jurídicos subjacentes à pretensão dos Autores.
Nesse contexto de relevantíssimas consequências solicitadas pelos Requerentes, torna-se necessária a prévia manifestação do Representado, estabelecendo-se o contraditório.
Diante do exposto, DETERMINO a intimação do Representado, para que apresente sua manifestação no prazo legal de 2 (dois) dias, nos termos do art. 18 da Res.-TSE 23.608/2019.
Após o transcurso do prazo, com ou sem resposta do Representado, intime-se o Ministério Público Eleitoral para manifestação no mesmo prazo de 2 (dois) dias, com posterior e imediata nova conclusão à Presidência, em virtude do recesso, nos termos do artigo 17 do Regimento Interno da CORTE.
PT Nacional