O deputado federal João Daniel (PT/SE) defendeu enfaticamente, na sexta-feira (4), no plenário da Câmara, a importância de se libertar o jornalista investigativo Julian Assange, preso no Reino Unido, numa prisão de segurança máxima.
Para ele, o aprisionamento injusto de Assange significa a “prisão de todos aqueles que lutam por uma imprensa democrática e livre”. João Daniel lembrou que Assange denunciou ao mundo as arbitrariedades que os Estados Unidos vêm cometendo ao longo de décadas, mentindo, armando ofensivas, matanças e golpes contra outros países, com a destruição de governos e até assassinatos de pessoas em nome de seus interesses econômicos e geoestratégicos.
“Hoje, ele se encontra preso e há uma movimentação na tentativa de levá-lo aos Estados Unidos, por pressão do governo norte-americano”, que apresentou um pedido de extradição do jornalista e ativista australiano, observou João Daniel. O deputado classificou como uma grande injustiça a perseguição a Assange.
“Temos uma grande luta por justiça: não podemos aceitar nenhuma injustiça, nenhuma perseguição contra nenhuma pessoa em qualquer lugar do mundo. Essa é uma das grandes qualidades dos seres humanos, daqueles lutam por uma sociedade socialista, solidária, fraterna e democrática”, afirmou.
Liberdade para Assange
De acordo com o deputado, no mundo inteiro se levanta um movimento em defesa do jornalista Julian Assange, segundo ele “um representante daqueles que lutam, investigam, denunciam, que têm coragem”.
João Daniel acrescentou que o WikiLeaks – site criado pelo jornalista onde divulga documentos confidenciais obtidos de empresas e agências governamentais de vários países – mostrou ao mundo as arbitrariedades empreendidas pelo império norte-americano. As denúncias de Assange sobre as atrocidades do governo americano foram publicadas pela imprensa de todo o mundo depois de comprovada sua veracidade.
Imprensa livre
“Por isso, a nossa solidariedade, o nosso compromisso, em defesa de todos os que lutam no mundo em defesa de Julian Assange”, afirmou o parlamentar. João Daniel disse que é preciso promover um grande debate, no Congresso Nacional e na sociedade brasileira, sobre a importância da defesa do “jornalismo investigativo, livre, comprometido com a verdade, que não se curve à força e ao poder do império opressor”.
Em novembro de 2020, a presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores, deputada Gleisi Hoffmann (PR), juntamente com militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), da Marcha Mundial de Mulheres, do Movimento de Mulheres Camponesas, do Levante da Juventude, da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do Sindicato dos Professores, visitou a embaixada do Reino Unido em Brasília para protocolar documento em que se exige a liberdade de Julian Assange.
No documento, defendeu-se o WikiLeaks, fundado há mais de dez anos e que se tornou uma organização de respeito mundial, reconhecida por uma parcela considerável, se não pela maioria dos jornalistas do mundo.
“A nossa responsabilidade é a de denunciar as atitudes imperialistas dos EUA em todo o mundo; não respeitam nenhuma decisão judicial, nem da ONU, e promovem intervenções na América Latina”, disse o parlamentar. Ele denunciou que os EUA interferem inclusive na política brasileira, “com apoio a golpes” e no acobertamento de “ações que ferem a nossa própria Constituição”.
Redação PT na Câmara, com assessoria de comunicação do mandato João Daniel