Foto: Gustavo Bezerra/PTNACÂMARA
Em seminário realizado na Câmara, nesta terça-feira (29), o ministro Guido Mantega, da Fazenda, apresentou uma série de dados sobre a economia brasileira e analisou o cenário internacional. Mantega listou vários indicadores que demonstram a solidez econômica do País e os elementos que prefiguram a recuperação do crescimento mundial.
“Temos boas perspectivas de retomar um crescimento mais rigoroso da economia brasileira, a razão disso é que a crise internacional que tomou conta dos países nos últimos cinco anos está terminando, portanto, abrindo perspectivas para o início de um novo ciclo e expansão da economia mundial”, afirmou o ministro.
De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), disse Mantega, os Estados Unidos devem ter um crescimento “um pouco maior” em 2014, o que trará maior dinamismo à economia global, mas a União Europeia está “engatinhando, saindo da crise”, recuperando aquilo que perdeu durante a crise. O ministro lembra que mesmo os grandes países emergentes (China, Índia) estão crescendo em taxas mais modestas do que no período anterior à crise deflagrada em 2008.
A atratividade do Brasil para receber investimentos externos, a pequena dívida externa e a redução da dívida líquida, bem como as reservas internacionais, também foram destacadas por Mantega em sua exposição. “O Brasil tem sido um dos primeiros países que mais recebem crédito direto, portanto, a confiança do Brasil é de que o País vai continuar crescendo e que tem condições solidas para enfrentar situações de estresse na economia internacional. Um dos fatores mais importantes para definir a solidez do Brasil é o volume de nossas reservas internacionais. Hoje nós temos a quinta maior reserva do mundo. Com essas reservas é muito difícil que ocorram ataques especulativos contra o Brasil. Além disso, nossa dívida externa é relativamente pequena US$ 320 bilhões, uma das menores entre os países do G-20”, argumentou.
A relação entre dívida pública e o PIB, que era de 60,4% em 2002, antes de ter início a gestão do ex-presidente Lula, foi reduzida a 39,2% em 2010 e encerrou 2013 no patamar de 33,6%. A projeção do Banco Central é que a dívida seja reduzida a 31% ao final de 2017. “Mesmo no período de crise continuamos reduzindo a nossa dívida líquida. Uma arrecadação maior com o controle de gastos permanente do governo, com a colaboração do Parlamento, que tem nos ajudado em não aprovar projetos que gerem gastos, e com isso nós vamos cumprir as metas fiscais que estão estabelecidas. Com esse controle fiscal tivemos uma redução da dívida líquida e caminhamos para os 30%, o que é bastante razoável”, ressaltou Mantega.
Infraestrutura – Para Guido Mantega, é necessário resolver os problemas de infraestrutura, o que será feito através de forte investimento em setores como construção civil, energia (petróleo e gás) e inovação tecnológica, o que permitirá avanços na produtividade industrial. Mantega destacou que poucos países do mundo possuem na atualidade o nível de investimentos comparável ao Brasil.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, também foi expositor do seminário “Brasil Novo”, promovido por diversas comissões da Câmara e que reuniu representantes do governo e da iniciativa privada. Borges reforçou a perspectiva econômica positiva para os próximos anos. “Teremos um processo de crescimento mais lento, mas, sem dúvida, estamos diante de outro ciclo de expansão”, asseverou Borges.
O titular do MDIC frisou que na última década o País avançou bastante na área social e que o desafio agora é fortalecer e tornar mais competitiva a indústria nacional. “Apesar de todas as dificuldades que temos, o Brasil conseguiu construir um Estado de bem estar social. Investir na infraestrutura e usar essa infraestrutura de maneira casada com a política industrial parece o grande desafio, pois isso confere perenidade ao nosso desenvolvimento”, sugeriu Mauro Borges.
A apresentação completa de Guido Mantega está disponível no site do Ministério da Fazenda:
Rogério Tomaz Jr.
