Com cerca de 72 horas sem se alimentarem, manifestantes do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) reafirmaram, em coletiva à imprensa, a continuidade da greve de fome em protesto contra a reforma da Previdência. Eles representam 300 mil famílias camponesas de todo o País. Para o deputado Afonso Florence (PT-BA), a greve de fome é a confirmação da gravidade do caos que será instalado na vida de milhares trabalhadores do campo e da cidade caso a reforma da Previdência seja aprovada. “ É preciso continuar lutando. O desgoverno de Temer não atinge só a previdência, mas também outros instrumentos de política pública como a reforma agrária e a agricultura familiar”, disse Florence no local da coletiva. Os manifestantes receberam apoio de diversos parlamentares e representantes de movimentos sociais.
Para Frei Sérgio, dirigente do movimento, o sacrifício que está sendo feito nesses três dias não é nada comparado ao que vai acontecer se a reforma da Previdência for aprovada. “ Não podemos permitir que milhões passem fome. O povo brasileiro vai derrotar esse retrocesso, nós estamos fazendo nossa pequena e humilde parte”, explicou.
Segundo Leila Denise, camponesa e coordenadora nacional do MPA, a greve de fome continuará. É uma decisão responsável e coletiva. “O objetivo dessa greve é sensibilizar a população para de fato enterrar a desreforma da Previdência. Milhões de vidas estão em jogo, essa reforma é a mais cruel que todas as outras que já foram aprovadas”, lamentou.
Para a camponesa e grevista Josi Costa, a greve de fome é necessária e será mantida por tempo indeterminado. “Estamos representando milhares de trabalhadores do campo e da cidade que serão prejudicados. É preciso destruir todas as possibilidades de aprovação da reforma da Previdência”. Josi lembrou que o Brasil havia saído do Mapa da Fome e, em menos de dois anos retornou. “Agora, se aprovado esse golpe, a fome vai bater na porta com mais força”.
O deputado Bohn Gass (PT-RS) reafirmou a solidariedade da bancada do Partido dos Trabalhadores em ajudar e apoiar a continuidade da greve. “ Frei Sérgio, Leila e Josi, vocês são a nossa energia e reforço para continuar a lutar. Se alguém pensou que nós iriamos desistir, estão enganados. Vamos continuar lutando e venceremos esse golpe. Vocês estão em nome do povo, contem conosco”, afirmou.
Layla Andrade