A segunda-feira (19) amanheceu com protestos e paralisações contra a Reforma da Previdência proposta pelo governo golpista de Michel Temer. As manifestações se concentraram em aeroportos, nas sedes do Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS), paralisaram setores de transporte e rodovias, agências bancárias e fábricas em diversas cidades brasileiras. A mobilização contra a reforma que irá inviabilizar a aposentadoria de milhares de brasileiros partiu das centrais sindicais, em parceria com os movimentos sociais. No início da noite o governo federal retirou de pauta a tramitação a proposta de Reforma da Previdência.
Em entrevista à rádio CUT, o presidente da central, Vagner Freitas, comemorou as manifestações realizadas pelo País nesta segunda. “Somos vitoriosos. Temer não está conseguindo votar essa reforma porque não tem votos para aprovar a Emenda Constitucional que acaba com a aposentadoria. E não tem votos por causa das nossas mobilizações. Ganhamos o debate na sociedade, não é reforma é desmonte”, completou Vagner.
Suspensão – No final da tarde, Vagner Freitas afirmou que a determinação de retirar a proposta de Reforma da Previdência da pauta do Congresso Nacional representa “uma derrota” sem tamanho para os golpistas. “É uma vitória que mostra a força dos trabalhadores brasileiros”. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC 287/16) foi retirada da pauta por causa do decreto de intervenção federal da segurança pública do Rio de Janeiro. Durante o período de intervenção não poderá ser apreciada nenhuma proposta que modifique a Constituição Federal.
Vagner Freitas, no entanto, reforça que a suspensão da tramitação da reforma é resultado da mobilização dos trabalhadores organizados. Ele avalia que a intervenção federal decretada pelo governo de Michel Temer teve por objetivo construir uma “saída honrosa” para a derrota na tentativa de aprovar a PEC 287.
O presidente da CUT não descarta, porém, que isso possa servir para um novo movimento de consolidação do quadro de ruptura democrática. “Não podemos jogar fora a hipótese de estarem construindo uma saída militar para manutenção do golpe. No entanto, essa retirada de pauta escancara que o governo Temer, mesmo comprando os deputados, não tinha votos”, defendeu.
Manifestações – Vários deputados da Bancada do PT na Câmara usaram suas redes sociais para apoiar as manifestações que aconteceram em pelo menos doze estados – Rio Grande do Sul, Alagoas, Ceará, Piauí, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Sergipe, Bahia, Rondônia e Rio Grande do Norte. Em Brasília também houve protesto.
O deputado José Guimarães (PT-CE) usou a sua conta no twitter para informar que cerca de 35 mil cearenses foram às ruas em todo o estado para mostrar insatisfação com a proposta de Reforma da Previdência “que o governo federal insiste em colocar na pauta”.
Também no twitter, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) disse que os trabalhadores da Ford de São Bernardo do Campo cruzaram os braços contra a retirada de direitos previdenciários. O deputado José Mentor (PT-SP) destacou que “trabalhadores, estudantes e militantes dos movimentos sociais e sindical ocuparam a avenida Paulista em defesa da aposentadoria”, e o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) comentou que o ato contra a Reforma da Previdência reuniu milhares de pessoas em São Paulo.
“Mineiros não fogem à luta e tomam as ruas de Belo Horizonte para protestar contra a Reforma da Previdência e o pacote de maldades do golpista Temer!”, escreveu a deputada Margarida Salomão (PT-MG), em sua conta no twitter. E o deputado Pedro Uczai (PT-SC), informou que “Florianópolis também está mobilizada neste dia nacional de lutas contra a proposta de Reforma da Previdência apresentada pelo governo golpista de Michel Temer”
O deputado Bohn Gass (PT-RS), também no twitter, apoiou as manifestações e aproveitou para lembrar que o “desmonte da Previdência reduz em 40% a pensão por morte e limita acúmulo de benefícios em até 2 salários mínimos”.
PT na Câmara com site da CUT e do Brasil de Fato
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