Mangabeira Unger defende cooperação federativa e novos métodos de ensino e aprendizagem

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Foto: Gustavo Bezerra
 
O Secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Roberto Mangabeira Unger, afirmou nesta quarta-feira (29) que o Brasil precisa aprimorar os mecanismos de cooperação federativa na área educacional, e reformular o método de ensino e aprendizagem como forma de estimular os professores e os alunos no País. A declaração ocorreu durante audiência pública da Comissão de Educação que debateu o lema “Brasil, Pátria Educadora”, adotado como a principal diretriz do segundo mandato da Presidenta Dilma Rousseff.
 
Segundo Mangabeira Unger, uma efetiva cooperação entre governo federal, estados e municípios pode potencializar os resultados obtidos na educação em todo o País. “Temos hoje apenas fragmentos de experiência de cooperação nessa área, diferente do exemplo que existe na saúde por meio do SUS”, admitiu. 
 
Além da cooperação, Unger disse ainda que implementação do Sistema Nacional de Ensino, previsto no Plano Nacional de Educação (PNE), também pode contribuir para melhorar a qualidade no ensino. Para ele, o Sistema Nacional de Ensino tem que “privilegiar a diversidade organizada existente no país”. “Hoje há um conformismo com a mediocridade, uma uniformidade desorganizada. Precisamos estimular a criatividade, valorizar e difundir as boas experiências”, afirmou. 
 
Segundo ele, o modelo tradicional de aprendizagem adotado na educação brasileira, baseado “no enciclopedismo e na decoreba” está esgotado e precisa ser reformulado. Mangabeira Unger disse que esse modelo “não contribui para o desenvolvimento da potencialidade brasileira pois briga com os valores do brasileiro, com a nossa natureza que é uma anarquia criativa”, ressaltou. 
 
Como forma de superar esse método, Unger disse que é preciso reformular o conteúdo curricular. Ele defendeu o ensino baseado na “competência analítica que desenvolva o aprendizado”. “Nas duas principais disciplinas o foco deveria ser a interpretação de texto e o raciocínio lógico, ao contrário de conteúdos decorados”, exemplificou.
 
Para alcançar esse objetivo, o Secretário de Assuntos Estratégicos disse que os professores também precisam ser valorizados. O enfoque nesse caso seria na qualificação profissional e no plano de carreira. “O governo federal já pensa na adoção de centros regionais de formação de diretores de escola, em centros de qualificação avançada para professores- vinculado a experimentos pedagógicos exitosos-, além da instituição da prova nacional docente, para avaliar a evolução dos professores”, revelou. 
 
Carreira- Em relação à ascensão profissional dos professores, Mangabeira Unger defendeu a implementação de uma carreira nacional para os docentes vinculada a um piso salarial. 
 
“Não existe solução mágica, bala de prata. Mas acredito que todas essas iniciativas encadeadas e devidamente implementadas poderiam mudar a realidade atual da educação brasileira”, afirmou. 
 
A audiência pública contou com a presença dos deputados petistas Ana Perugini (SP), Angelim (AC), Givaldo Vieira (ES), Léo de Brito (AC), Margarida Salomão (MG), Maria do Rosário (RS), Odorico Monteiro (CE), Pedro Uczai (SC), Professora Marcivânia (AP), Reginaldo Lopes (MG), Waldenor Pereira (BA) e Zeca Dirceu (PR). 
 
Héber Carvalho 
 

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