O deputado Valmir Prascidelli (PT-SP) ocupou a tribuna da Câmara, nesta quarta-feira (9), para parabenizar a luta dos estudantes que ocupam mais de mil instituições de ensino em todo o Brasil. Segundo Prascidelli, a mobilização estudantil traz “alento” para que a sociedade brasileira possa evitar retrocessos.
“A movimentação da juventude com a ocupação das escolas e a luta que tem desenvolvido País afora nos dá, evidentemente, o alento e a expectativa de que nós poderemos efetivamente combater essa nocividade que há no País, impedindo que nos próximos 20 anos os recursos da saúde —e da educação, em especial — possam ser ampliados para atender especialmente a população mais pobre”, disse o deputado paulista, fazendo referência à PEC 241, que agora tramita no Senado como PEC 55.
A proposta de reforma do ensino médio, apresentada pelo governo golpista de forma arbitrária, através de uma medida provisória (MP 746/2016), também foi criticada por Prascidelli. “Pior do que isso, na proposta de reforma do ensino, estão tentando impedir que nós possamos criar cidadãos conscientes e que de fato tenham noção da dimensão de seus direitos para poderem exigir um País melhor”, ressaltou o petista.
“Os estudantes têm toda a razão de questionar e pedir um aprofundamento sobre medidas com sérias implicações na vida de milhões de jovens brasileiros e, por conseguinte, no futuro da própria nação. Trata-se de assuntos que devem ser amplamente debatidos e não votados à toque de caixa para satisfazer interesses de algumas figuras. Afinal, o que o governo ilegítimo de Michel Temer deseja é aprovar as mudanças de modo autoritário e desleal, sem discussão e sem participação”, acrescentou Prascidelli.
O parlamentar também alertou para “a repressão policial autorizada por alguns governos que não dão a devida atenção à democracia” e cobrou autoridades para que “se abstenham de praticar qualquer ato de violência” contra os jovens que ocupam as escolas. “A democracia deve ser preservada”, enfatizou.
Prascidelli concluiu seu pronunciamento lembrando o movimento dos estudantes paulistas em 2015 e citando a gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo, que age de maneira semelhante à de Temer. “Gostaria de saudar, em particular, os estudantes secundaristas do meu estado de São Paulo, que, num exemplo de espírito cívico, no ano passado, reuniram-se e ocuparam as escolas públicas em protesto a favor da melhoria da qualidade do ensino e contra ato do Governador que reorganizou o sistema de ensino no Estado de forma muito semelhante da que tem empregado Michel Temer: antidemocrática, autoritária, sem expor e sem ouvir a comunidade de ensino e a sociedade”, disse o parlamentar.
Rogério Tomaz Jr.
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