Para fazer frente aos retrocessos sociais, trabalhistas e econômicos implementados pelo governo de extrema direita Jair Bolsonaro, um dos caminhos é a unificação da luta das centrais sindicais. A recomendação foi feita hoje (26) pelo líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), durante a Plenária Nacional – Em Defesa dos Serviços Públicos Municipal, Estadual e Federal, das Empresas Estatais, do Brasil e dos Trabalhadores, realizada no Sindicato dos Bancários de Brasília. “O caminho é um só: resistência, luta e mobilização contra o governo neofascista Bolsonaro”, frisou Pimenta.
No encontro promovido por CUT, CTB, CGTB, Intersindical, CSP-Conlutas e diversas confederações, federações e sindicatos que organizam as categorias do funcionalismo público, Pimenta discorreu sobre a conjuntura na América do Sul, onde o grande capital internacional joga uma política de “terra arrasada” a fim de fazer prevalecer seus interesses, com a articulação de golpes e desestabilização, num cenário em que os Estados Unidos têm papel central, com o apoio de setores da elite da região e de governos subalternos como o de Jair Bolsonaro.
Paulo Pimenta é de opinião que o momento de enfrentamento do governo Bolsonaro é crucial, pois o que está em jogo é o futuro do Brasil: ou um modelo excludente e concentrador de renda, que privilegia as elites, como é o de Bolsonaro, ou uma alternativa progressista que combata as desigualdades e gere empregos e distribuição de renda, como foram os governos Lula e Dilma. “Estamos no palco de batalha, o momento é histórico, é preciso mobilização, luta e unificação da pauta”, comentou o líder do PT.
Golpes por encomenda
Pimenta lembrou que do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff em 2016 até o recente golpe contra o presidente Evo Morales, da Bolívia, ficou evidente a reorganização do capitalismo internacional e dos seus interesses na América do Sul. “A Bolívia tem as maiores reservas de lítio do planeta, o Brasil a maior biodiversidade e a Venezuela a maior jazida de petróleo”, observou o líder petista. Nesse cenário, os interesses estrangeiros tentam evitar a ascensão de governos populares, nacionalistas e progressistas, disse.
No caso do Brasil, observou que a desestabilização de Dilma começou com a Operação Lava Jato, o golpe contra Dilma e a perseguição a Lula”. Quem não ligar esses fatos ao que está acontecendo hoje não entende nada do que está acontecendo”, disse o líder.
Tudo pelo lucro
Pimenta avaliou que o projeto do governo de extrema direita Jair Bolsonaro tem como alvo “a destruição completa do Estado criado pela Constituição de 1988, ao aniquilar a saúde e a educação públicas, para garantir lucro aos que defendem o modelo neoliberal. “SUS significa menos lucro para os planos de saúde, universidade pública, menos lucro para os empresários do setor de educação”, exemplificou.
Sabujo dos EUA
O parlamentar criticou Bolsonaro por se colocar como “sabujo dos EUA na América do Sul”, atuando como preposto de Washington no subcontinente. Pimenta denunciou que há evidências de que o governo Bolsonaro atuou diretamente na articulação do golpe que derrubou Evo Morales e alia-se aos grupos que tentam desestabilizar a Venezuela. “O governo Bolsonaro é a face mais nefasta do que está ocorrendo na América do Sul”, comentou.
Pimenta recordou que há dez anos a região tinha governos progressistas no Brasil, Argentina, Bolívia, Equador, Uruguai e Venezuela, mas em razão dos interesses em torno da reorganização do capitalismo global, houve rupturas institucionais na região. “Foram derrotados (os interesses estrangeiros) nas urnas, mas se reorganizaram para atacar a soberania da América do Sul, comentou o líder petista. “Hoje, a luta dos povos no Chile, Bolívia e Equador tem tudo a ver conosco, pois o mesmo modelo em implementação aqui no Brasil os interesses externos querem para a região” como um todo”, explicou Paulo Pimenta.
Assista à fala de Paulo Pimenta:
PT na Câmara