Lula volta a cobrar potências por financiamento do desenvolvimento sustentável

Lula, no segundo e último dia da Cúpula da Amazônia: "Não se pode falar de florestas tropicais e mudança do clima sem tratar da responsabilidade histórica dos países desenvolvidos" Foto: Ricardo Stuckert

Com críticas e cobranças às potências mundiais, o presidente Lula abriu, nesta quarta-feira (9), a Cúpula da Amazônia e Países Convidados, em Belém (PA). Ao citar a “responsabilidade histórica” das nações que concentram 75% da riqueza e emitem quase metade de todo carbono lançado na atmosfera, Lula afirmou que elas têm o dever de garantir os recursos necessários para a promoção do desenvolvimento sustentável.

“Não se pode falar de florestas tropicais e mudança do clima sem tratar da responsabilidade histórica dos países desenvolvidos. Foram eles que, ao longo dos séculos, mais dilapidaram recursos naturais e mais poluíram o planeta. Os 10% mais ricos da população mundial concentram mais de 75% da riqueza e emitem quase a metade de todo o carbono lançado na atmosfera”, afirmou o presidente brasileiro.

Leia a íntegra do Comunicado Conjunto dos Países Florestais em Desenvolvimento em Belém: Unidos por Nossas Florestas 

Participam da reunião em Belém presidentes e representantes dos países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) – Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela – e, como convidados, República do Congo, República Democrática do Congo e Indonésia, que, igualmente, abrigam grandes florestas. O encontro conta ainda com a presença de representantes de países como Noruega e Alemanha, os maiores doadores do Fundo Amazônia, que financia projetos de preservação da Amazônia.

Lula voltou a cobrar que os países ricos cumpram os compromissos de financiamento ambiental que foram assumidos em importantes fóruns globais. “Desde a COP 15, o compromisso dos países desenvolvidos de mobilizar 100 bilhões de dólares por ano em financiamento climático novo e adicional nunca foi implementado. E esse montante já não corresponde às necessidades atuais. A demanda por mitigação, adaptação e perdas e danos só cresce. Quem tem as maiores reservas florestais e a maior biodiversidade merece maior representatividade”, declarou o chefe do governo brasileiro.

LEIA MAIS: Lula: “Nunca foi tão urgente ampliar a cooperação pela preservação da Amazônia”

Lula acrescentou que também “as obrigações de apoio financeiro, de cooperação técnico-científica, de transferência tecnológica, que estão consagradas nas Convenções do Rio de 1992, não estão sendo cumpridas”.

O presidente pontuou que “não haverá sustentabilidade sem justiça, tampouco, haverá sustentabilidade sem paz”, e voltou a criticar os gastos bilionários das potências mundiais com armas de guerra. “Os gastos militares, que atingiram o recorde de 2,2 trilhões de dólares no ano passado, drenam recursos de que o mundo precisa para a promoção do desenvolvimento sustentável”, sublinhou. “Diante dessas disparidades, é fundamental não perder de vista o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas”.

Lula disse ser “ inexplicável que mecanismos de financiamento, como o Fundo Global para o Meio Ambiente, que nasceu no Banco Mundial, reproduzam a lógica excludente das instituições de Bretton Woods”, numa referência aos acordos que, em 1944, definiram as regras do sistema monetário internacional. Ele enfatizou que a falta de representatividade “é elemento essencial de uma proposta abrangente e profunda de reforma da governança global que beneficie todos os países em desenvolvimento”.

LEIA MAIS: Amazônia: BNDES e BID anunciam R$ 4,5 bi para MEIs, micro e pequenas empresas

O presidente destacou ainda que os serviços ambientais e ecossistêmicos que as florestas tropicais fornecem para o mundo devem ser remunerados, de forma justa e equitativa.

“A nossa perspectiva precisa ser levada em conta na negociação de um conceito internacional de sociobioeconomia que nos permita certificar produtos e gerar oportunidades para nossa população. Os países detentores de florestas tropicais herdaram do passado colonial um modelo econômico predatório. Um modelo baseado na exploração irracional dos recursos naturais, na escravidão e na exclusão sistemática das populações locais. Os efeitos são sentidos por nossos países até hoje”, afirmou.

Segundo ele, “não podemos aceitar um neocolonialismo verde que, sob o pretexto de proteger o meio ambiente, impõe barreiras comerciais e medidas discriminatórias e desconsidera nossos marcos normativos e políticas domésticas”. “O que precisamos para dar um salto de qualidade é de financiamento de longo prazo e sem condicionalidades para projetos de infraestrutura e industrialização verdes”.

PTNacional

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também

Jaya9

Mostbet

MCW

Jeetwin

Babu88

Nagad88

Betvisa

Marvelbet

Baji999

Jeetbuzz

Mostplay

Melbet

Betjili

Six6s

Krikya

Glory Casino

Betjee

Jita Ace

Crickex

Winbdt

PBC88

R777

Jitawin

Khela88

Bhaggo

jaya9

mcw

jeetwin

nagad88

betvisa

marvelbet

baji999

jeetbuzz

crickex

https://smoke.pl/wp-includes/depo10/

Depo 10 Bonus 10

Slot Bet 100

Depo 10 Bonus 10

Garansi Kekalahan 100