O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe na manhã deste sábado (3), em São Bernardo do Campo (SP), a 2ª dose da vacina Coronavac, contra a Covid-19. Ao ser imunizado, Lula se solidarizou com quem já perdeu um parente com coronavírus, enalteceu os profissionais da saúde e agradeceu a ciência, “que permitiu que a gente continuasse a sonhar que é possível salvar a humanidade que fosse vacinada”. Ele também sugeriu ao governo federal a “ouvir a ciência e conversar com os governadores e prefeitos” para saber como agir no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.
Lula aproveitou também para cobrar, mais uma vez, que os presidentes dos países mais importantes do mundo se reúnam para discutir como enfrentar essa guerra contra a Covid. O ex-presidente afirmou que é preciso produzir vacina para 7 bilhões de pessoas e que essa vacina seja humanizada. “Ela não pode ser um bem de uma empresa, de um laboratório. É importante que isso seja um bem da humanidade. É por isso, que os países ricos têm que assumir essa responsabilidade de produzir a vacina em quantidade e distribuir também em quantidade”, defendeu.
O ex-presidente citou que hoje 76% das vacinas do mundo estão nas mãos de 10 países e desses, três detém 50% das vacinas. “E a pergunta que fica é a seguinte: E o restante da humanidade como é que vai ficar?”, indagou.
“Por isso, eu sou muito agradecido a ter tomado a minha vacina, e quero expressar a minha solidariedade a todo ser humano que perdeu um parente com Covid, a todo o pessoal da saúde que trabalham incansavelmente para tentar salvar o povo brasileiro”, manifestou Lula, afirmando que vai continuar cobrando do governo brasileiro a imunização de todos.
Na avaliação do ex-presidente, é preciso três coisas para resolver o problema da Covid no Brasil: Primeiro vacina. “Ela não tem discussão, ela é imprescindível e é preciso que todas as pessoas tomem”. Segundo, é preciso ter o auxílio emergencial para garantir que as pessoas possam ficar em casa. “E é necessário existir dois tipos de auxílio, um para o desempregado e outro para o pequeno empreendedor que precisa continuar sobrevivendo e gerando o seu emprego”. E o terceiro é gerar emprego. “O Estado tem que investir em obras públicas para a retomada do crescimento econômico. Sem essas condições a gente não vai a lugar nenhum”, enfatizou.
Lula disse ainda que se pudesse dar um conselho eu gostaria de dizer para os integrantes do governo Bolsonaro confiar na ciência. “Confie naqueles que sabem, na área da saúde, como tratar isso, e cumprir as determinações. Conversa e respeita os governadores, os prefeitos e os secretários de Saúde, porque essa luta é de todos. Não é só do governo, não é só da Oposição, não é só da classe médica. É de todo o povo brasileiro.
Cuidados
Lula reconheceu que depois de receber as duas doses da Coronavac, do Instituto Butantan, estará mais seguro, daqui uns dias, contra o cornavirus. “Mas não é porque tomei a vacina que eu posso relaxar. Tenho que continuar a usar máscara, tenho que continuar lavando as mãos, usando álcool em gel e tenho que continuar evitando aglomeração”, ensinou.
SUS
O ex-ministro da Saúde e deputado Alexandre Padilha (PT-SP) acompanhou Lula na vacinação e destacou mais uma vez a importância do Sistema Único de Saúde (SUS). Ele citou a importância dos investimentos feito pelos governos do PT na saúde e no Instituto Butantan e na Fiocruz, especialmente para poder produzir vacinas no Brasil. “Essa vacina contra a Covid já poderia estar no braço de todos os brasileiros se quem governa hoje esse País tivesse feito o que o senhor (Lula) fez na pandemia da gripe H1N1. Com certeza, todos que precisam ser vacinados já tinham sido imunizados nesse momento”, desabafou.
Padilha conclui afirmando que o momento em que o ex-presidente Lula recebia a vacina era de alegria, “mas é também de animo para continuarmos na luta por vacina para todos”.
1ª dose
Também acompanhado do deputado Alexandre Padilha, o ex-presidente Lula recebeu a primeira dose da Coronavac no dia 13 de março, quando São Bernardo do Campo, cidade onde vive, começou a vacinar pessoas com 75 e 76 anos de idade — o ex-presidente tem 75.
Vânia Rodrigues
