Em artigo publicado no site Brasil 247, ontem (9), o deputado Décio Lima (PT-SC), líder oposição no Congresso Nacional relata a profunda ligação de Lula com sua mãe, Eurídice Ferreira de Melo, a dona Lindu, que “assumiu como missão em vida a criação dos seus oito filhos de maneira digna, procurando no exemplo do cotidiano nortear a existência da prole”.
Décio Lima destaca no texto a influência materna em várias ações do Lula Presidente, como a criação da Secretaria de Políticas para as Mulheres, e a sanção da Lei Maria da Penha. “Mas essas não seriam as únicas influências de Dona Lindu no futuro presidente do Brasil. Analfabeta, a nordestina fazia questão que seus filhos estudassem. Talvez, por isso, o filho da analfabeta Dona Lindu seja hoje o presidente que mais construiu universidades e escolas técnicas na história do Brasil. E que mais levou filhos de operários e empregadas domésticas aos bancos universitários”.
Agora, “diante de mais um obstáculo que para as pessoas comuns seria intransponível – a autêntica caçada promovida por setores que não aceitam um mundo melhor e para isso se utilizam de todos os meios classicamente usados contra a democracia – , Lula certamente tem na mente a principal lição de Dona Lindu – tem que teimar!”, afirma Décio Lima.
Leia abaixo a íntegra do artigo:
Lula – o filho de Dona Lindu
Até mesmo os adversários políticos do Lula ou aqueles que por força de uma restrita visão de mundo o discriminam ou ainda outros que temem a sua extraordinária capacidade de liderança certamente reconhecem a extraordinária força de vontade, energia e resiliência do retirante nordestino, depois metalúrgico e sindicalista, mais adiante Presidente e agora ocupante dos corações e mentes de milhões de brasileiros.
Gostem ou não, Lula é um fenômeno a ser estudado sob as mais diversas disciplinas e métodos de pesquisa e possivelmente, ainda assim, permanecerá como uma singularidade (no sentido daquilo que está além da nossa capacidade de cognição ou de previsibilidade).
Contudo, antes de vê-lo como um mito é preciso atentar para os valores que o movem como ser humano, suas origens e alcance. Antes de ser o filho do Brasil, Lula é filho de Dona Lindu, mulher de fibra e tenacidade temperadas pelas agruras e desafios da vida cercada de pobreza extrema, além das limitações decorrentes da condição feminina, em especial consideradas a época e a trajetória de retirante nordestina.
Eurídice Ferreira de Melo, a dona Lindu, assumiu como missão em vida a criação dos seus oito filhos de maneira digna, procurando no exemplo do cotidiano nortear a existência da prole.
A epopeia teve início quando por 13 dias, Dona Lindu e a família atravessam o País em um caminhão de pau-de-arara, rumo ao ‘Sul Maravilha’. O destino final: Santos, no litoral paulista.
Dona Lindu constitui, de fato, um símbolo desse tipo de mulher que, apesar de todas as dificuldades e sem o apoio de marido, não se rende à miséria e estimula nos filhos valores como o trabalho e o saber. Ela é dessas heroínas que merecem todos os tributos – é improvável que o Lula analfabeto até os 10 anos de idade viesse a ser o Lula presidente sem esse exemplo.
A profunda ligação de Lula com sua mãe, o amor a ela demonstrado faz parte dos relatos de quem conviveu e até do filme “Lula, O Filho do Brasil”, obra que agora aqueles que buscam desesperadamente o seu impedimento em 2018 procuram obscurecer.
Na prática a influência materna materializou ações do Lula Presidente. Já no início do seu primeiro mandato, em 2003, ele criou a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), órgão essencial para a eliminação das desigualdades de gênero.
Três anos depois, sancionaria a Lei Maria da Penha em resposta também a uma histórica reivindicação de movimentos feministas para a implementação de um instrumento legal que assegurasse direitos e a defesa de vítimas de violência doméstica e familiar.
Mas essa não seria a única influência de Dona Lindu no futuro presidente do Brasil. Analfabeta, a nordestina fazia questão que seus filhos estudassem. Mais tarde, incentivaria Lula a se inscrever no curso profissionalizante do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
Talvez por isso o filho da analfabeta Dona Lindu seja hoje o presidente que mais construiu universidades e escolas técnicas na história do Brasil. E que mais levou filhos de operários e empregadas domésticas aos bancos universitários.
Lula teve o privilégio de conviver com mulheres fortes e são palavras dele: “se existiram duas pessoas absolutamente fundamentais para que eu pudesse me tornar o metalúrgico, o dirigente sindical e o presidente da República que fui, essas duas pessoas foram Dona Lindu, minha mãe, e Marisa, mãe dos meus filhos. Duas mulheres de luta que tinham em comum a garra e a fortaleza”.
E prosseguiu afirmando: “minha mãe simboliza dignidade, comportamento ético. A ideia de que não basta ser pobre, miserável, para ser bandido. Ela sempre foi uma alentadora de esperanças, não desanimava nunca. Não lembro de tê-la visto de mau-humor. Mesmo nas situações mais complicadas, tinha esperança. Isso foi o que sempre inspirou a minha vida. Acreditar que a gente sempre podia fazer mais, conquistar um espaço maior”.
Agora diante de mais um obstáculo que para as pessoas comuns seria intransponível – a autêntica caçada promovida por setores que não aceitam um mundo melhor e para isso se utilizam de todos os meios classicamente usados contra a democracia, Lula certamente tem na mente a principal lição de Dona Lindu – tem que teimar!
Somos todos Dona Lindu, somos todos Dona Marisa, somos todos Lula!
Por um Brasil mais justo e fraterno!
Décio Lima é deputado pelo PT de SC e líder da oposição no Congresso Nacional