O presidente Lula participou, nesta terça-feira (22), do Fórum Empresarial do BRICS, em Joanesburgo, na África do Sul. Ele afirmou que o bloco que reúne cinco das maiores economias emergentes do mundo – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – tem uma oportunidade de moldar o curso do desenvolvimento global, sobretudo com a possível entrada de novos países-membros e parceiros.
“O BRICS tem uma chance única de moldar a trajetória do desenvolvimento global. Vocês, empresários, fazem parte desse esforço. Nossos países, reunidos, representam um terço da economia mundial. Essa relevância vai crescer com a entrada de novos membros plenos e parceiros de diálogo. A colaboração entre o setor público e privado é vital para aproveitar esse potencial e alcançar resultados duradouros”, enfatizou o presidente brasileiro.
A análise dos pedidos de pelo menos 11 países que querem compor o BRICS – Arábia Saudita, Argélia, Argentina, Bahrein, Bangladesh, Belarus, Egito, Emirados Árabes, Etiópia, Indonésia e Irã – é uma das principais pautas da cúpula de Joanesburgo.
Durante o fórum empresarial, Lula ressaltou que, desde a primeira cúpula de chefes de Estado e de governo do BRICS, em 2009, a participação do bloco na economia mundial vem se ampliando. “Já ultrapassamos o G7, e respondemos por 32% do PIB mundial em paridade do poder de compra. Projeções indicam que os mercados emergentes e em desenvolvimento são aqueles que apresentarão maior índice de crescimento nos próximos anos”, pontuou.
O presidente brasileiro citou dados do FMI segundo os quais os países industrializados devem desacelerar seu crescimento de 2.7%, em 2022, para 1.4%, em 2024, ao passo que as nações em desenvolvimento têm previsão de crescer 4% neste ano e no próximo. “Isso mostra que o dinamismo da economia está no Sul Global e o BRICS é sua força motriz. O comércio total do Brasil com o BRICS aumentou de 48 bilhões de dólares em 2009 para 178 bilhões em 2022 – um crescimento de 370% desde a criação do grupo”, sublinhou.
Lula acrescentou que, no plano multilateral, o BRICS se notabilizou por ser uma força que trabalha em prol de um comércio global mais justo, previsível e equitativo. “Não podemos aceitar um neocolonialismo verde que impõe barreiras comerciais e medidas discriminatórias, sob o pretexto de proteger o meio ambiente”, disse o presidente.
PAC
O lançamento, pelo governo brasileiro, do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com investimentos de R$ 1,7 trilhão em todas as unidades da federação, também foi destaque no discurso de Lula, que convidou os empresários presentes ao fórum a participarem dos empreendimentos.
“Trata-se de um programa amplo, com muitas oportunidades que podem interessar aos investidores dos países do BRICS. Esperamos mobilizar 340 bilhões de dólares para a modernização de nossa infraestrutura logística, com investimentos em rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos”, destacou Lula. “Também daremos prioridade à geração de energia solar, eólica, biomassa, etanol e biodiesel. É enorme o nosso potencial de produção de hidrogênio verde”.
O presidente detalhou que, no âmbito do PAC, serão estabelecidas parcerias entre o governo e os empresários em todas essas áreas, sob a forma de concessões, Parcerias Público-Privadas e contratações diretas. “Para que o investimento volte a crescer e gerar desenvolvimento, precisamos garantir mais credibilidade, previsibilidade e estabilidade jurídica para o setor privado. Por essa razão, tenho defendido a ideia de adoção de uma unidade de conta de referência para o comércio, que não substituirá nossas moedas nacionais”.
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